Produção de soja e milho será 60% maior em 2010 na região de Maringá

Publicado em 29/03/2010 08:42
O excelente desempenho apresentado na colheita das duas culturas, até o momento, é atrapalhado pelo baixo preço dos grãos no mercado.

A produtividade média da soja e do milho nos 29 municípios da região de Maringá está acima da projetada para a safra 2009/2010. Com 98% da soja colhida na região, a produtividade do grão está em 3.100 quilos por hectare. O desempenho é 62% maior que o da safra passada, quando foram colhidos 1.911 quilos por hectare. Com esse desempenho, o produtor terá lucro de R$ 1.380 por alqueire – já descontados os custos de produção.

Já o milho, que foi 95% colhido na região, alcançou 7.100 quilos por hectare – 64% a mais que na safra passada. O lucro do agricultor será de R$ 1,6 mil por alqueire.

Apesar de a alta produtividade da safra atual reanimar o produtor, que no ano passado viu a lavoura prejudicada por causa da estiagem, o baixo preço do grão no mercado ainda provoca queixas. Na quinta-feira (25), o saco de 60 quilos de soja estava cotado em R$ 30,70 e o de milho em R$ 13,60.

No ano passado, a soja foi vendida a R$ 42 o saco e o milho a R$ 18. A alta produtividade das lavouras foi responsável pela queda nos preços. “É reação de mercado”, diz o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) em Maringá, Renato Machado Cardoso.

“À medida que há muita oferta de produto, o preço cai.” A queda no preço da soja se acentuou à medida que a safra atual começou a ser colhida. O cenário futuro não é animador. Segundo Cardoso, os preços não vão melhorar a curto prazo. “Embora haja crescimento no consumo, ainda temos bons estoques de milho e soja e isso deve segurar os preços.”


Tempo

A estimativa inicial para a safra deste ano era colher 2.975 quilos de soja por hectare na região, mas a quantidade foi superada em função das boas condições do tempo. “Choveu bastante, fez calor e essa combinação favorece o desenvolvimento da planta”, explica Cardoso. Em Floresta, por exemplo, há produtores que colheram 140 sacos por alqueire contra menos de 80 em 2009. “Teve gente que nem chegou a colher porque não compensava. Agora a produtividade está boa.”

A soja das lavouras do agricultor Marco Bruschi Neto já foi totalmente colhida. Foram 130 sacos por alqueire contra 72 da safra de verão 2008/2009. “A produtividade está ótima, mas o preço não”, compara. Quando ele fez o plantio da soja, em outubro, um saco de 60 quilos estava cotado em R$ 42 no mercado. Hoje, com a colheita concluída, o saco está sendo vendido a R$ 30. “Vou conseguir cobrir os custos, mas não terei lucro”, diz. “Nem vai dar para comprar maquinário novo.”

O chefe regional da Seab diz que o produtor só vai conseguir aproveitar o lucro da safra se estiver com as contas em dia. “Esse lucro pode não ser suficiente para o agricultor cobrir dívidas contraídas em safras passadas.”


Recorde

A produção de soja na região de Maringá deve chegar a 707 mil toneladas – na safra anterior, foram colhidas 421.635 toneladas. O volume total esperado para o Estado é de 13,8 milhões de toneladas – volumes recordes.

Na safra atual, as lavouras de soja cobriram 228 mil hectares na região – crescimento de 2,39% em relação à temporada do ano passado, quando a área plantada foi de 222.686 hectares.


Milho safrinha

Sobre parte dos 228 mil hectares de lavouras de soja está sendo plantado o milho safrinha. O grão vai ocupar 158 mil hectares. Com 95% do grão já plantado nos 29 municípios da região de Maringá, 90% está em fase de crescimento e 5% na etapa de germinação.

A Seab prevê que a produtividade atinja 165 sacos por alqueire – ou 4.100 quilos por hectare. No Paraná, o milho safrinha vai cobrir 1,3 milhão de hectare, área 11% menor que da safra anterior. Apesar da área menor, o volume de produção está estimado em 5,9 milhões de toneladas; 32% a mais que em 2009.

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Fonte: Diário do Norte do Paraná

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