Cai relação entre estoques e demanda global de grãos

Publicado em 13/09/2010 09:08 e atualizado em 13/09/2010 15:20
Novo levantamento do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sobre oferta e demanda de grãos naquele país e no mundo, divulgado na sexta-feira, confirmou a tendência que o próprio órgão e analistas do setor têm sinalizado nos últimos meses: nesta safra 2010/11, que está em desenvolvimento no Hemisfério Norte e que no Hemisfério Sul será plantada a partir de setembro, a relação entre estoques e consumo de milho, soja e trigo será menor do que no ciclo anterior.

É um cenário que teoricamente oferece suporte às cotações internacionais do trio, mas, em tempos de La Niña, que costuma reduzir o regime de chuvas no sul da América do Sul, é difícil que as projeções atuais passem incólumes até o fim das colheitas. Em princípio, o fenômeno ameaça a oferta, e se seus efeitos forem severos a relação entre estoques e demanda poderá recuar mais, o que pode causar altas inesperadas.

Os dados do USDA mostram que o quadro mais "apertado" é o do milho. Se tudo acontecer como o órgão espera, os estoques globais do grão representarão 16,3% da demanda no fim da temporada, ante 17% em 2009/10 e 18,9% em 2008/09. O USDA passou a estimar estoques finais de 135,56 milhões de toneladas, 2,6% menos que o previsto em agosto. A alteração, somada a ajustes na produção e no consumo nos EUA - que poderão fechar o ciclo com a mais baixa relação entre estoque e consumo em 15 anos -, impulsionou o produto na bolsa de Chicago. Os papéis para dezembro fecharam a US$ 4,7825 por bushel, alta de 7,5 cents.

No mercado de soja, os novos números do USDA resultaram em uma relação entre estoques finais e consumo total mundial de 25,2% em 2010/11, abaixo de 2009/10 (26,5%) mas acima de 2008/09 (19,9%). Mas, apesar do forte crescimento projetado para as importações chinesas , prevaleceu em Chicago a correção para cima nas estimativas para as produções americana e global, o que derrubou os preços. Os papéis para novembro caíram 15 centavos, para US$ 10,31, piso em três semanas.

Com os problemas climáticos que derrubaram as produções na Rússia e em outros países europeus, a relação global entre estoques finais e demanda de trigo deverá recuar para 26,9% em 2010/11, ante 30,2% em 2009/10 e 25,7% em 2008/09. Mas, como a situação era pior no relatório do USDA de agosto, na sexta-feira as cotações caíram em Chicago. Dezembro fechou a US$ 7,3675 por bushel, baixa de 1,25 centavo.

Tags:

Fonte: Valor Econômico

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja intensifica baixas em Chicago nesta tarde de 2ª feira
Agrural: Chuvas se regularizam e lavouras de soja têm boas condições no Brasil
Soja/Cepea: Negócios se aquecem no spot
Soja: Mercado opera em campo misto e com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira
Soja: Com melhor regime de chuvas em dezembro, plantio caminha para reta final no BR, avalia Pátria
Soja fecha com baixas de dois dígitos nesta 6ª em Chicago e contrato janeiro perde os US$ 10,80/bushel