Preços das commodities explodem em Chicago

Publicado em 24/09/2010 20:14
Os preços da soja e do milho explodiram nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago. As cotações da soja fecharam no maior nível desde agosto de 2009. O contrato novembro do grão subiu 32,50 cents (2,97%), para fechar em US$ 11,26 por bushel. O janeiro avançou 32,25 cents, a US$ 11,3550/bushel. Fundos compraram cerca de sete mil contratos de soja hoje. 

Analistas norte-americanos afirmam que a ocorrência do fenômeno La Nina e a forte estiagem que atinge o Brasil dá suporte ao mercado, pois pode prejudicar o plantio no país. Ricardo Lorenzet, analista de mercado da XP Investimentos, afirma que “o fluxo especulativo permaneceu ativo em meio a percepção fundamentalista favorável ao mercado de soja combinando demanda firme, risco climático à safra sul-americana 2010/11 e briga por área na safra norte-americana 2011/12. Preocupações com relação a evolução da colheita nos EUA devido ao tempo chuvoso registrado nos últimos dias também contribuiu para o movimento”.

As principais associações e federações que acompanham a produção de soja no Brasil estão preocupadas com o atraso no plantio da safra. A Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás avalia que ainda não há condições para que o produtor do Estado inicie o plantio da safra. Para a entidade o atraso das chuvas certamente influenciará o desempenho da safra 2010/11. Há previsão de chuva em algumas regiões na próxima semana, mas o volume deve ser insuficiente para que o solo recupere a umidade. Carlos Fávaro, diretor da Aprosoja, Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, a recomendação é para que “o produtor não inicie a semeadura sem umidade suficiente, pois o replantio representa perdas irrecuperáveis para o produtor”. Segundo ele, plantar soja agora, sem umidade no solo e forte calor, pode significar prejuízo certo para as lavouras. 

Milho

O Mercado do milho segui o caminho do milho e também fechou com forte alta. O contrato dezembro subiu 22,50 cents (4,5%), para fechar em US$ 5,2175 por bushel. A cotação está no maior nível em dois anos. Os fundos compraram cerca de 18 mil contratos do grão nesta sexta-feira. O mercado permanece demonstrando preocupações com relação as produtividades reportadas nas lavouras norte-americanas. No noroeste do Meio-Oeste a colheita está atrasada por causa das chuvas, que podem ter danificado as lavouras em algumas áreas. Traders e analistas cada vez mais vêem uma produtividade média inferior ao registrado no ano passado.

Ontem o jornalista norte-americano Mike McGinnis, afirmou em análise que para o milho, os relatórios de produção continuam se mostrando menores do que o previsto e nós estamos ouvindo de muitos analistas como JP Morgan, Informa, AgResource, alertando para um rendimento menor do que 160 bushels/acre e estoques finais estimados em bem menos de 1 bilhão de bushels. Esses números representam uma oferta muito apertada para ser usada como média e implica que o mercado deverá usar o preço para limitar a demanda.

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Fonte: Redação NA

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