Açúcar fecha 5ª com alta em NY, mas fica próximo da estabilidade em Londres

Publicado em 20/05/2021 20:17
Índia anunciou que reduzirá subsídios para exportações e safra brasileira volta ao foco

​As cotações futuras do açúcar fecharam esta quinta-feira (20) com leve alta na Bolsa de Nova York e ficaram próximas da estabilidade em Londres. O dia foi de oscilações dos dois lados da tabela, mas atenção aos fundamentos, como a safra brasileira, e anúncio da Índia.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 0,53%, cotado a US$ 17,04 c/lb, com máxima de 17,12 c/lb e mínima de 16,89 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres perdeu 0,02%, negociado a US$ 453,40 a tonelada.

Além de seguirem as preocupações com a safra brasileira 2021/22 em desenvolvimento em meio condições climáticas adversas nos úlltimos meses, o mercado também viu no dia a Índia anunciar que reduzirá os subsídios aplicados nas exportações do adoçante.

"A menor quantidade de cana vem do clima estressante e da mudança dos produtores para outras safras, como milho e soja, por causa das diferenças de preço entre as culturas", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, em referência ao Brasil.


Mercado também acompanha a demanda com finalização dos bloqueios do coronavírus na UE - Foto: Embrapa

Uma seca histórica atinge importantes regiões produtoras do país. Além disso, o mercado acompanha os preços recordes do etanol, o que poderia fazer com que usinas migrem a produção para o biocombustível e reduza a oferta de açúcar.

Veja mais:
» Paridade do etanol sobre a gasolina atinge o maior nível em 5 anos no Sudeste do Brasil

No caso da Índia, país que tinha estoques abundantes no início da temporada 2020/21, o governo anunciou que reduzirá os subsídios para estimular embarques para 4 mil rúpias por tonelada. As informações são da agência de notícias Reuters.

"Tendo em vista os preços globais firmes do açúcar, reduzimos o subsídio às exportações em Rs 2.000 por tonelada para Rs 4.000 por tonelada com efeito imediato", disse o secretário adjunto do Ministério de Alimentos, Subodh Kumar, para a imprensa indiana.

Veja mais:
» Índia reduz subsídios para exportação de açúcar da safra 2020/21

Também há atenção do mercado para a demanda. A Suedzucker SZUG.DE, maior produtora de açúcar da Europa, disse para a Reuters que espera um mercado de açúcar mais forte no futuro para a União Europeia à medida em que os países emergem dos bloqueios do coronavírus.

Do lado do financeiro, o mercado sente alguma pressão com desvalorização do petróleo em mais de 2% nesta tarde. Apesar disso, o dólar registrava nesta tarde leve desvalorização sobre o real, podendo desencorajar as exportações, mas com suporte aos preços.

Mercado interno

O mercado físico do açúcar voltou a recuar na véspera, após valorização registrada nas últimas semanas. Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, perdeu 0,44%, cotado a R$ 114,49 a saca de 50 kg.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 123,05 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 17,90 c/lb com queda de 1,49%.

» Clique e veja as cotações completas de sucroenergético

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Açúcar: Em dia de dados da Unica mercado encerra apenas com ajustes técnicos
Moagem de cana-de-açúcar atinge 44,75 milhões de toneladas na primeira quinzena de maio
Açúcar: Monitorando Brasil e Índia, mercado tem apenas variações técnicas nesta 6ª feira
Com chegada das chuvas na Índia, mercado do açúcar encerra com baixas nesta 5ª feira em NY
Mercado do açúcar opera na sessão desta 5ª feira com leves baixas na Bolsa de Nova York