Açúcar fecha semana com queda acumulada de mais de 5% em NY

Publicado em 18/06/2021 15:37
Chuvas no Brasil, estimativas de superávit global em 21/22 e cenário macroeconômico pressionaram mercado

Os futuros do açúcar fecharam a sessão desta sexta-feira (18) com queda leve nas bolsas de Nova York e Londres, completando a sétima sessão seguida de baixas no terminal norte-americano. O mercado seguiu o cenário macroeconômico e novidades da oferta global da commodity e do Brasil.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou desvalorização de 0,30%, cotado a US$ 16,66 c/lb, com máxima de 16,94 c/lb e mínima de 16,56 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres teve perda de 0,38% na sessão, negociado a US$ 423,40 a tonelada.

Na semana, o mercado do adoçante em Nova York perdeu mais de 5%.

Na véspera, o mercado do açúcar caiu quase 3%, mas reverteu parte das perdas com algumas valorizações pela manhã. Na parte da tarde, o cenário logo foi revertido com retomada das informações relacionadas com a oferta global da commodity nas safras 2020/21 e 2021/22, além das chuvas no Brasil.

Apesar de queda na produção da safra brasileira na nova temporada, há expectativas positivas para a safra de outras importantes origens, como a Índia, segundo o banco alemão Commerzbank.


Semana foi marcada por seguidas valorizações no mercado físico brasileiro

A trading inglesa Czarnikow soltou estimativa nesta semana apontando que a safra global 2021/22 (outubro-setembro) deve ter um superávit de 1,5 milhão de toneladas com elevação na produção em importantes origens, sobre um dado de 2,7 milhões de t na atual temporada.

As chuvas no Brasil também contribuíram para as perdas durante a semana. "As áreas de cultivo do Brasil estão recebendo chuvas benéficas, com o Paraná e partes de São Paulo com as melhores precipitações", disse em relatório o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

"A produção foi prejudicada devido ao clima seco no início do ano", complementou o analista.

Além dos fundamentos, os últimos dias também foram marcados por perdas generalizadas nas commodities com o cenário macroeconômico global. "Qualquer calibração dos micro-fundamentos do açúcar terá que esperar até que este macro-terremoto e quaisquer tremores secundários acabem", disse à Reuters Tobin Gorey, analista do Commonwealth Bank of Australia.

Mercado interno

O mercado físico do açúcar seguiu com preços mais altos durante toda esta semana. Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 0,16%, cotado a R$ 117,76 a saca de 50 kg.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 124,55 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 17,91 c/lb com queda de 0,06%.

» Clique e veja as cotações completas de sucroenergético

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Açúcar cai com movimento técnico nesta 6ª feira (26) mas fecha semana com ganhos acima de 2%
Moagem de cana diminui no Norte e Nordeste mas produção de etanol anidro segue em alta
Mercado do açúcar recua em sessão de ajustes, mas mantém radar nos fundamentos
Preços do açúcar fecham em alta após consultoria projetar queda de produção no Brasil
Após um ano de impasse, Consecana/SP se mantém no centro das atenções do setor canavieiro
Mercado do açúcar avança com cobertura de posições e volta ao patamar de 15 cents em NY