Açúcar salta mais de 8% na semana em NY e fica próximo de US$ 20 c/lb no setembro/21

Publicado em 13/08/2021 14:47
Dados da Unica da 2ª quinzena de julho confirmaram impacto das geadas e seca no Centro-Sul

A tônica no mercado do açúcar nos terminais externos nesta semana foi a confirmação pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) dos danos da seca e recentes geadas na 2ª quinzena de julho na safra 2021/22 do Centro-Sul do Brasil.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou alta de 2,10%, cotado a US$ 19,95 c/lb, com máxima de 20,10 c/lb e mínima de 19,53 c/lb. O tipo branco em Londres saltou 3,15%, negociado a US$ 491,10 a tonelada.

Na semana, o mercado saltou cerca de 8% no primeiro contrato em Nova York. O contrato março/22 já está acima de US$ 20 c/lb.

"Operadores disseram que o açúcar tem um viés de alta devido às perspectivas de produção no Brasil, mas acrescentaram que pode haver um limite para os ganhos no curto prazo, já que a demanda física é reduzida", pontuou a Reuters sobre o mercado.

Reforçando o recente sentimento baixista do mercado, na véspera, a trading Czarnikow reduziu sua estimativa para a produção de açúcar no Centro-Sul para 32,5 milhões de toneladas, sobre 34,1 milhões de t da estimativa anterior.

Além disso, a safra de cana-de-açúcar do t, sobre 534,8 milhões de t na projeção de junho. A safra brasileira que já vinha sendo impactada pelas seca recebeu seguidas geadas durante o mês de julho, agravando ainda mais as lavouras.

"As ideias no mercado são que os danos com as geadas recentes e os episódios de seca também devem aparecer no processamento de dados de agosto", destacou o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville.

Preços também saltaram no mercado brasileiro ao longo desta semana - Foto FreeImages

Os dados da Unica no início da semana mostraram que a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul na segunda metade de julho alcançou 46,69 milhões de t, com retração de 8,16% sobre o volume apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021.

Já a produção de açúcar caiu no período 11,81% no comparativo anual e atingiu 3,03 milhões de t fabricadas. Já a S&P Global Platts, em pesquisa com mais de 10 analistas, previa a produção de açúcar na região em 3,089 milhões de t.

O volume fabricado de etanol alcançou 2,28 bilhões de litros, com prioridade à produção de etanol anidro, segundo a união.

No financeiro, os futuros do petróleo registravam leve queda nesta sexta-feira externamente, o que contribui para a pressão no mercado. Apesar disso, havia algum suporte adicional aos preços com as oscilações cambiais.

Mercado interno

A semana também foi de expressivas altas no mercado físico de açúcar. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 2,41%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 125,55.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 128,55 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 19,73 c/lb com alta de 0,37%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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