Petróleo e câmbio dão o tom para altas do açúcar em NY e Londres nesta 4ª

Publicado em 25/08/2021 16:27
Mercado do adoçante também ainda acompanha impactos na oferta do Brasil na safra 21/22 e 22/23

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (25) com altas moderadas em Nova York e leves em Londres. O mercado teve suporte do petróleo e câmbio, apesar de seguirem os temores com a safra brasileira.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York saltou 0,77%, a US$ 19,73 c/lb, com máxima de 19,83 c/lb e mínima de 19,42 c/lb. O tipo branco em Londres saltou 0,27%, negociado a US$ 478,80 a tonelada.

O dia foi marcado por altas e baixas para o mercado do açúcar nos terminais externos, porém, a valorização acabou prevalecendo diante de uma nova disparada de mais de 1% dos petróleos WTI e Brent, além de uma desvalorização do dólar sobre o real.

"Os preços do petróleo subiram para uma alta de uma semana e meia nesta quarta-feira, o que é favorável aos preços do etanol e pode levar as usinas de açúcar do Brasil a desviarem mais a moagem para o biocombustível", disse o Barchart.

Nos fundamentos, o mercado segue com suporte adicional da divulgação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) com perdas com geadas em áreas do Centro-Sul e menor produção de açúcar na primeira metade de agosto.

Preços do petróleo tiveram disparada de mais de 1% nesta quarta-feira

"A primeira e segunda geada ocorrida nos meses de inverno afetaram cerca de um milhão de hectares, o que representa cerca de 11,9% da área disponível para colheita na safra 2021/2022, ou 26,9% da área a ser colhida até o final do ciclo agrícola", reportou.

A produção do adoçante retraiu 7,48% na última quinzena e atingiu 2,99 milhões de toneladas fabricadas, ante 3,24 milhões de toneladas verificadas em igual período do ano anterior. A expectativa era de uma queda até maior.

O volume fabricado de etanol alcançou 2,22 bilhões de litros na primeira metade de agosto, com foco para o etanol anidro, com 922 milhões de litros produzidos no período (+28,17% ante o último ciclo agrícola).

O mercado também já se atenta para a safra 2022/23, mas com cenário mais favorável. "Esse número de 530 milhões de t [de moagem] deve se recuperar para 570 milhões de t na safra que vem, caso as chuvas da entressafra venham regulares como os mapas estão indicando", disse ao Notícias Agrícolas, Maurício Muruci, analista da Safras.

MERCADO INTERNO

A oferta escassa de açúcar segue ditando a alta dos preços internos do açúcar. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,58%, a saca de 50 kg cotada a R$ 135,21.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 133,80 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 19,78 c/lb - estável.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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