Açúcar fecha em alta nesta 6ª feira e sobe até 3,46% na semana diante de incerteza da produção brasileira

Os preços futuros do açúcar fecharam com altas de até 2,88% entre os principais contratos da Bolsa de Nova York e de até 1,96% para o açúcar branco em Londres. Segundo João Baggio, Diretor Presidente G7 Agro Consultoria, essa variação de preço acontece porque todo o mundo está de olho na safra brasileira, pois ainda não foi mensurado qual será o tamanho da produção no país, sobretudo por conta da seca e da queimada que prejudicaram os canaviais neste ano.

Ele cita como exemplo o terceiro levantamento do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sobre a safra de cana-de-açúcar 2024/25 em São Paulo.

A Faesp  revisou para baixo a estimativa de produção, agora projetada em 348,17 milhões de toneladas. A nova previsão representa uma queda de 2,25% em relação ao levantamento anterior e de 9,2% comparada à safra passada. A estimativa para produção de açúcar é de 26 milhões de toneladas, uma redução de quase 8% em comparação à safra anterior.

Por isso, como explica Baggio, as cotações têm caído por conta de pressão do mercado quando há previsão de chuvas para o Centro-Sul do Brasil, porém, quando os investidores vêm que não deve ser o suficiente para uma recuperação da oferta, as cotações votam a subir, como aconteceu nesta sexta-feira.

“Tudo é uma questão econômica. Você vê o seguinte: se começa a subir muito, o mercado vende realizar lucro. Aí dá uma chuvinha no Brasil, é motivo para baixar um pouquinho. Então, hoje ninguém sabe falar a realidade. Tem muita especulação do que vai ser”, declarou.

Porém, para ele, o cenário é de uma estabilidade entre oferta e demanda, o que dará suporte para que os preços permaneçam elevados. “Qualquer notícia é motivo para subir ou para baixar. Os ‘caras’ ganham dinheiro jogando, vendendo contrato, comprando contrato. Choveu no Brasil, “nossa, vai ter cana”, baixa um pouco o mercado. Aí eles veem que não é tudo isso, sobe o mercado”. completa Baggio.

Cotações em Nova York

No mercado de Nova York, o contrato março/25 encerrou a sessão com alta de 0,61 cents (+2,88%), negociado a 21,81 cents/lbp. O maio/25 avançou 0,44 cents (+2,22%), fechando em 20,29 cents/lbp. O julho/25 registrou ganho de 0,35 cents (+1,82%), sendo cotado a 19,53 cents/lbp, enquanto o outubro/25 subiu 0,28 cents (+1,47%), encerrando o dia em 19,30 cents/lbp.

Na semana, o contrato março/25 em Nova York subiu 0,73 cents (+3,46%), partindo de 21,08 cents/lbp no dia 29 de novembro. O maio/25 avançou 0,46 cents (+2,32%), enquanto o julho/25 teve alta de 0,40 cents (+2,10%). O outubro/25 apresentou ganho de 0,34 cents (+1,79%).

Preços do açúcar branco em Londres

Em Londres, os preços também fecharam em alta. O contrato março/25 foi negociado a US$ 561,00 por tonelada, com avanço de US$ 10,80 (+1,94%). O maio/25 subiu US$ 10,60 (+1,93%), terminando a sessão em US$ 558,90 por tonelada. O agosto/25 apresentou alta de US$ 9,00 (+1,68%), sendo cotado a US$ 545,30 por tonelada, enquanto o outubro/25 registrou ganho de US$ 8,20 (+1,56%), fechando em US$ 532,40 por tonelada.

Considerando o total da semana, o contrato março/25 registrou um ganho de US$ 13,30 (+2,43%) em relação aos US$ 547,70 da última sexta-feira. O maio/25 avançou US$ 13,50 (+2,47%), enquanto o agosto/25 teve alta de US$ 10,50 (+1,96%). O outubro/25 subiu US$ 8,10 (+1,55%).

Mercado interno

De acordo com o indicador Cepea Esalq, em São Paulo, o açúcar cristal branco teve baixa de 0,22% e  vale R$ 164,19/saca. O açúcar cristal em Santos (FOB) subiu 1,44% e tem valor de R$ 158,49/saca. O cristal empacotado vale R$ 17,0783/5kg. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,8209/kg. O VHP permanece tem preço de R$ 111,46/saca.

Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 159,66/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 151,51/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 149,33/saca.