Combate a queimada é difícil e demorado

Publicado em 04/06/2010 08:11
Embora o grande vilão das queimadas seja mesmo a agricultura extensiva e pouco racionalizada, a chamada agricultura intensiva pode, no começo, até aumentar a incidência de fogo, segundo os dados levantados por Aragão e Shimabukuro.

"Isso se deve à maneira como as áreas são desmatadas inicialmente. Com a utilização de maquinário para remover a biomassa, é possível retirar não só a parte aérea da vegetação, mas também a biomassa subterrânea, o que leva a uma maior quantidade de biomassa disponível para queimar", diz Aragão.

Após certo limiar, no entanto, o manejo intensivo pode diminuir em quase 70% a ocorrência de fogo. "Conclui-se que, primeiro, existe a necessidade de limitar a expansão do agronegócio na Amazônia e, segundo, que pequenos e médios produtores devem adotar práticas livres de fogo", afirma o pesquisador.

Isso, claro, é mais fácil falar do que fazer, reconhece ele. "Existe uma necessidade de subsídio financeiro para os produtores, incluindo treinamento, apoio técnico e compra de maquinário."

Apesar de algumas iniciativas Amazônia afora, Aragão diz acreditar que medidas punitivas contra quem inicia queimadas não vão funcionar por si só. Segundo ele, seria preciso organizar os agricultores da região para agir em nível comunitário.

O dinheiro poderia vir dos projetos de Redd (sigla de "redução de emissões por desmatamento e degradação florestal"), conceito que deve ser incorporado aos futuros tratados globais sobre mudança climática.

Fonte: Folha de São Paulo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Com ação dos fundos e se recuperando, açúcar avança mais de 3%
Fenasucro & Agrocana abre credenciamento para edição histórica de 30 anos
Usinas constroem projetos para perfeita convivência de abelhas com as lavouras de cana-de-açúcar
Depois da pressão nos preços, açúcar testa novas altas no mercado internacional
Com dados do Brasil em evidência, açúcar tem semana de pressão