Safra de açúcar deve alcançar 57 milhões de toneladas em Minas Gerais

Publicado em 08/07/2011 15:27
Produtores acreditam que aumento da produção está garantindo bom preço pago.
Minas Gerais é atualmente o segundo maior produtor de cana de açúcar do país. A safra que está sendo colhida deve alcançar 57 milhões de toneladas. A previsão é de colher dois milhões de toneladas a mais do que na safra passada. Os preços pagos aos produtores estão garantindo renda e eles acreditam que a estabilidade veio com o aumento na produção de açúcar, produto bem cotado no mercado internacional.

No Triângulo Mineiro, os 58 produtores que fazem parte da Associação dos Fornecedores de Cana de Açúcar de Campo Florido (Cana Campo) contam com 16 frentes de trabalho e maquinário próprio. A colheita mecanizada já é feita em 95% da área. Representando um novo ciclo de mercado, e o setor foi contemplado no plano de safra com linhas de crédito para renovar o canavial.

– Tivemos alguns anos ruins no passado, automaticamente deixamos de renovar os canaviais por falta de recursos. Agora, com este novo plano de safra, nós temos condições de renovar nosso canavial para gente ter uma maior produção aí nas safras futuras – afirmou o presidente Cana Campo, Nelson Krastel.

O produtor Marco Maciel é novo na atividade canavieira. Está colhendo a quinta safra. Começou com 60 hectares e atualmente está com 550. Sobreviveu a crise quando estava investindo e amargou um prejuízo de R$10 por tonelada. Hoje sente mais segurança na formação do preço atual, que está em R$55 por tonelada, R$15 a mais do que no mesmo período do ano passado.

– O preço está bom, é um preço que a gente começa pensando em pagar as contas que ficaram das safras anteriores, mas pensando também em expansão, por que é um momento bom. A intenção do produtor é crescer e, no momento, estamos pensando em expandir – relatou o produtor de cana Marco Maciel.

A pior crise do setor foi registrada na safra 2008/2009. De lá para cá vem acontecendo uma recuperação gradativa. A preocupação do momento é com o chamado mix de produção. As usinas estão apostando mais no açúcar do que no álcool, reflexo do mercado internacional.

No último ano quatro usinas, que só produziam etanol, investiram na produção de açúcar, diversificaram a produção.  No Estado na última safra foram produzidos 2,6 bilhões de litros de etanol um crescimento de 13%. Mas de açúcar o incremento na produção foi maior, cerca de 20%, 3,2 milhões de toneladas. O produtor e prefeito de Campo Florido, Ademir Ferreira de Melo, não vê problema na aposta das usinas no açúcar. Ele considera que o consumidor e a produção de etanol já se entendem graças ao carro flex.

– Não tem que ter muita preocupação. Quando o etanol não é viável você automaticamente passa para gasolina. Mas o que a gente tem que entender é que, quando misturado à gasolina, ele barateia o combustível. Então ele está dando uma contribuição positiva no menor custo do consumo de combustível na nossa frota – informou.

Os produtores não querem a interferência do governo em uma tentativa de forçar uma baixa nos preços no etanol.

– Esse aumento é questão de mercado. O preço do açúcar está bom e automaticamente o pessoal produziu um pouco mais. Porém, acho que agora tem que haver um bom senso entre governo e setor produtivo, para que chegue ao ponto de ficar bom, tanto para o consumidor, quanto para o setor produtivo – disse o agrônomo e produtor Rodrigo Piau.

Fonte: Canal Rural

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