Nordeste prevê retomar a moagem de cana aos níveis de antes da crise

Publicado em 03/08/2011 07:47
Chuvas bem mais distribuídas nas regiões historicamente mais secas devem ajudar a safra 2011/12 de cana-de-açúcar do Nordeste a atingir o desempenho de antes da crise de 2008. A previsão conservadora do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindacucar-PE) é a de que o Norte e o Nordeste processem nessa temporada 64 milhões de toneladas de cana. No ciclo anterior, o 2010/11, a safra foi de 63,13 milhões de toneladas.

Se os canaviais reagirem ao clima favorável, como vem ocorrendo, segundo Renato Cunha, presidente do Sindicato, a oferta poderá subir para 66 milhões de toneladas de cana e só será menor do que o realizado no ciclo 2007/08, quando as regiões moeram 66,5 milhões de toneladas.

"Tivemos chuvas bem distribuídas nos canaviais do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do norte de Pernambuco, regiões que normalmente padecem de fortes estiagens", afirma Cunha.

A previsão, diz, é de que o Norte e Nordeste produzam 4,7 milhões de toneladas de açúcar, 1 milhão de toneladas a mais do que na safra passada. A produção de etanol deve crescer para 2,1 bilhões de litros, ante os 1,9 bilhão registrado no ciclo passado.

Oficialmente, a moagem começa em setembro, com a entrada em peso das usinas dos dois maiores Estados produtores da região, Alagoas e Pernambuco. Na prática, no entanto, desde junho já há motores ligados sobretudo na Bahia, na Paraíba e no norte de Pernambuco.

A região tem agora em suas estatísticas a produção de Tocantins. É no Estado do Norte que está localizada a usina de etanol da multinacional Bunge, no município de Pedro Afonso. A unidade foi inaugurada no fim de julho com capacidade industrial para moer 2,5 milhões de toneladas e cana, mas começará processando nesta safra 1,5 milhão.

Com uma produção um pouco maior de etanol e consumo estável, o Nordeste deve precisar trazer do Centro-Sul e do exterior uma quantidade menor do biocombustível, segundo Cunha. O consumo interno da região, diz ele, deve ser parecido com o realizado no ciclo passado e chegar a 2,5 bilhões de litros. Com uma exportação de 100 milhões de litros já contratada, o Nordeste deve precisar de um adicional de 400 milhões a 500 milhões de litros, segundo Cunha.

As exportações de açúcar também devem crescer, na previsão do Sindaçúcar. Os embarques vão atingir, segundo a entidade, 2,8 milhões de toneladas nesta temporada, ante as 2,6 milhões de toneladas do ciclo anterior.

Fonte: Valor Econômico

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