Aprosoja Brasil se posiciona contra moratória da soja para o cerrado e afirma que código florestal tem que ser respeitado

Publicado em 24/10/2016 11:17
A cada ação uma reação. Se programa de moratória do cerrado seguir adiante, seus idealizadores encontrarão o setor produtivo pronto para reagir

Durante comemoração dos 10 anos da Moratória da Soja na Amazônia, o Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, fez uma declaração que não foi bem recebida pelo setor do agronegócio: a de que a moratória poderia se estender até o Cerrado.

De acordo com Marcos da Rosa, presidente da Aprosoja Brasil, o ministro traz uma "falácia" que não corresponde com o cenário atual brasileiro, uma vez que há um novo Código Florestal aprovado e que as leis ambientais não estão sendo de fato praticadas.

"Primeiro, o ministro tem que ser competente e organizar a aplicação da nova lei ambiental e fazer o próximo passo do CAR [Cadastro Ambiental Rural] pra quem tem alguma pendência", aponta.

O presidente também destaca que a área de soja, atualmente, ocupa apenas 3,5% do território nacional, podendo chegar a 10% nos próximos anos, ao mesmo tempo em que o agronegócio também é responsável por grande parte da balança econômica do país.

"O Ministério da Agricultura e o Ministério do Meio Ambiente têm que se entender", destaca, lembrando que recentemente o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, esteve por 30 dias na Ásia mostrando a capacidade e a responsabilidade das produções agrícola e pecuária no Brasil.

Outro ponto destacado pelo presidente é a fragilidade das políticas e do seguro agrícola, apontando a falta de remuneração do produtor rural e a demora nas licenças para que os produtores possam utilizar as suas propriedades. "Nós temos o direito de desmatar 65% das áreas do Cerrado e a reserva legal é de 35%".

Por outro lado, o agronegócio brasileiro também lida com a notícia de que o Banco Santander foi multado em quase 50 milhões de reais pelo Ibama por financiar o plantio de grãos em áreas de proteção ambiental da Amazônia no MT. O presidente, no entanto, aponta uma "história mal-contada", uma vez que não há a informação do porquê  essas terras estariam embargadas no Mato Grosso e na Bahia. "As propriedades haviam sido desembargadas e depois passaram a ser embargadas novamente. Nos pegou de surpresa. Estamos colocando técnicos em Cuiabá e Brasília para trazer à realidade o real acontecimento disso aí", diz.

Ele ainda aponta que os produtores devem estar prontos para uma grande manifestação para lutar contra "essas coisas que são fora da realidade e da lei brasileira". "Se possível, o produtor tinha que ter coragem e diminuir a produção agrícola em 20%. Aí nós vamos ver em quem vai doer essas falácias", finaliza.

Veja também o posicionamento das indústrias sobre o tema:

Abiove e associadas defendem uso sustentável de recursos naturais do Cerrado

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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