Oferta curta de animais dá sustentação aos preços da arroba do boi. Demanda de carnaval pode estimular novas altas

Publicado em 14/02/2020 13:13
Menor volume de fêmeas para abate reduz ainda mais a oferta de animais que já está restrita pela estratégia do pecuarista de evitar concentração nas vendas
Marina Zaia - Analista da Scot Consultoria

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Entrevista com Marina Zaia - Analista da Scot Consultoria sobre o Mercado do Boi

 

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A primeira quinzena de fevereiro foi favorável para o mercado do boi. Segundo a analista de mercado da Scot Consultoria, Marina Zaia, os pecuaristas estão segurando mais o boi terminado nas pastagens, que se desenvolveram bem por causa das chuvas, e aguardando melhores preços para venderem aos frigoríficos. Além da oferta mais curta de animais disponível para abate, colaboram para a melhora dos preços a retenção de fêmeas. A próxima semana também deve ter bons preços, com os frigoríficos se preparando para atender à demanda do varejo no Carnaval. 

Mariana explica que na primeira quinzena de fevereiro, a maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria registraram altas nos preços da arroba bovina. Ela destaca Redenção, no Pará, que subiu 10,6% desde o começo do mês, norte do Tocantins, que aumentou 11,8%, e em São Paulo, alta de 5,5%, que significa quase R$ 11 por arroba nessa primeira quinzena de fevereiro. 

"Em São Paulo tivemos uma alta quinta-feira (13) de R$ 3, então o boi foi para R$ 200 a vista, já livre de Funrural, e tem oferta de compra até acima dessa referência, de R$ 3, R$ 4, R$ 5 acima, mas são negócios mais pontuais". 

"O vetor que tem possibilitado a melhora nos preços é a oferta menor de animais disponível para abate. O quadro de chuvas boas em grande parte do país, proporcionando pastagens de qualidade, e os custos de retenção para o produtor estão baixos, e o produtor opta por segurar o gado à espera de pagamentos melhores".

Sobre as fêmeas, a analista afirma que há uma fase de retenção do ciclo, então mesmo sendo uma sazonalidade essa melhora dos pastos, há um cenário mais amplo de menor oferta de fêmeas, o que deve se estender ao longo do ano em função dos preços mais atrativos do bezerro. 

"Em uma comparação anual, nós temos o preço do bezerro em São Paulo 30% maior que no ano passado. Frente a essas valorizações, o produtor opta por manter a fêmea no rebanho, trabalhar a reprodução e tirar o bezerro dela ao invés de mandá-la para po frigorífico". 

Os frigoríficos estão com dificuldades em alongar a escalas, com uma média de 3 a 4 dias de escala, mas alguns trabalham ainda mais apertados para o início da semana que vem, com 2 dias de escala, conforme explica a especialista. 

 

Por: Aleksander Horta e Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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