Carne no mercado interno sobe 30% em relação a dezembro do ano passado; mesmo assim, frigoríficos estão no vermelho

Publicado em 25/11/2020 12:56 e atualizado em 26/11/2020 08:56
Novas correções no preço da carne no atacado ainda podem ocorrer no início de dezembro
Cesar de Castro Alves - Consultor de Agronegócio do Itaú BBA

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Entrevista com Cesar de Castro Alves - Consultor de Agronegócio do Itaú BBA sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Os preços da carne bovina neste ano registraram uma valorização de 30% frente aos valores observados no mesmo período do ano passado. Atualmente, o preço médio da no atacado estão em 19,00/kg. A expectativa do mercado é que novas altas para a carne no atacado devem acontecer no início de dezembro. No caso da arroba, o ganho anual foi de 35% e os valores do bezerro aumento 56%.

Segundo o Consultor de Agronegócio do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves, o preço do dianteiro registrou valorização de 1,5%, enquanto o traseiro recuou 3,00% desde dia 15 de novembro. Apesar da média de preço ser superior ao ano passa, a valorização da arroba do boi acabou gerando margens negativas paras as indústrias."Esse é um sinal que o spread dos frigoríficos está no limite e muitas indústrias se retiraram das compras para evitar novas altas para a arroba”, comenta.

Da mesma forma, os frigorificos que exportam também já sentem dificuldade e estão vendo a remuneração reduzir. O analista aponta que o preço da arroba brasileira no mercado internacional teve um ganho de 12% em dólar, enquanto a subiu apenas 3,03%. “O preço da carne para exportação dividido pelo o boi gordo teve o pior resultado desde junho de 2019. Isso não deixa um resultado agradável para os frigoríficos”, aponta.

As projeções do banco Itaú indicam que o câmbio deve encerrar o ano de 2020 próximo de R$ 5,25. Com isso, as indústrias vão precisar aumentar os valores do boi em dólar para ter resultado positivo. “É uma realidade totalmente diferente do que tínhamos no final do ano passado quando o dólar estava próximo de R$ 6,00 e as indútrias podiam pagar mas pela a arroba. Agora, não sabemos até que ponto os frigoríficos podem absorver novas altas consecutivas na arroba”, afirma.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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