Carne bovina no atacado recua e frigoríficos focados no mercado interno registram margens negativas e já cogitam férias coletivas, diz analista

Publicado em 25/01/2022 12:37 e atualizado em 25/01/2022 15:23
O analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias fez as contas e, considerando inclusive subprodutos, o equivalente carcaça não chega a R$320/@
Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado

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Entrevista com Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado sobre o Mercado do Boi Gordo

 

Algumas indústrias frigoríficas já estão pensando em dar férias coletivas aos funcionários diante das margens negativas após o recuo dos preços da carne bovina no atacado. De acordo com o  Analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, esse cenário é mais impactante para as empresas que só operam no mercado interno. 

“Os frigoríficos estão trabalhando para mitigar os efeitos da alta dos preços da arroba no mercado. O movimento de queda nas cotações da carne começaram logo na primeira semana de janeiro diante da população menos descapitalizada e as demais proteínas estão mais acessíveis”, relatou. 

Atualmente, o preço do boi casado está próximo de R$ 18,50/kg no estado de São Paulo. “Com esse valor da carne  as indústrias conseguem pagar por um animal de R$ 320,00/@, mas as negociações para arroba do boi estão sendo realizadas em R$ 330,00/@. Com isso, as indústrias estão tentando ganhar margens com outros subprodutos do boi gordo para melhorar a rentabilidade”, destacou.  

Já as indústrias que têm habilitação para exportar conseguem margens de lucro melhores com o auxílio do dólar elevado. “Com a venda do animal, as indústrias conseguem uma receita por animal de R$ 360,00/@ e pagam por um gado de R$ 330,00/@. Isso acaba levando a cenários distintos entre as indústrias do mercado interno e externo”, afirmou. 

Para o segundo semestre, o analista aponta que as margens devem ser apertadas com os custos da alimentação animal em patamares elevados. ”Vai ser complicado manter a gestão do negócio com os custos de produção em valores mais altos”, concluiu.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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