Consultor analisa o que pode acontecer com os preços da arroba do boi com base nos embargos de 2019 e 2021 na exportação de carne para a China

Com a confirmação do caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no estado do Pará, o governo brasileiro suspendeu nesta quinta-feira (23) os embarques de carne bovina para a China. Diante desse cenário, o mercado pecuário vai aguardar pelo fim do embargo do país aisático.

O médico veterinário e diretor da HN AGRO, Hyberville Neto, realizou um comparativo de como foi o comportamento dos preços da arroba após dez dias de embargo e dez dias após a retomada das exportações. “Em 2019, o valor da arroba registrou uma queda de 5,4% nos primeiros dez dias de suspensão e teve um ganho 8,00% após os dez dias de reabertura para os embarques”, comentou. 

Já no ano de 2021, a suspensão das exportações ocorreu em um período em que a maioria dos animais estavam em confinamento. “Os frigoríficos reduziram as escalas de abate e os preços da arroba tiveram uma queda de 16,7%. Por outro lado, os pecuaristas foram reduzindo a oferta de animais e o mercado foi ganhando ritmo. Após dez dias de liberação, o mercado registrou uma alta nos preços de 10%”, relatou Neto. 

Neste momento, o cenário para o boi gordo é outro em que a maioria dos animais estão em pasto e não tem custos elevados para a engorda. “Isso faz com que o mercado trabalhe menos pressionado do que foi visto anteriormente. Só não podemos nos esquecer do ciclo pecuário que estamos e que a oferta deve ser maior a partir de março”, salientou.