Alta no mercado do boi perde fôlego com alongamento das escalas nos frigoríficos e perfil diferenciado de consumo nesse início de mês

Publicado em 03/04/2023 12:18 e atualizado em 03/04/2023 14:34
Tendência para os preços é de estabilidade a ligeira pressão no curto prazo e com mudanças só a partir de junho
Marianne Tufani - Consultora em Gerenciamento de Riscos da StoneX

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Alta no mercado do boi perde fôlego com alongamento das escalas nos frigoríficos e perfil diferenciado de consumo nesse início de mês

O mercado do boi terá uma semana mais curta de negócios devido ao feriado na sexta-feira (07), o que deve trazer um perfil diferenciado de consumo para as proteínas. Neste contexto, os frigoríficos já alongam bastante as escalas, o que impacta diretamente nos preços da arroba.

Para entender melhor o mercado, o Notícias Agrícolas conversou com Marianne Tufani, Consultora em Gerenciamento de Riscos da StoneX, que acompanha o mercado do boi no dia a dia. Segundo ela, após um avanço nos preços da arroba devido a demanda externa, desde o finalzinho da semana passada, esse avanço começou a perder fôlego, em função da oferta que está começando a vir ao mercado.

De acordo com Marianne, os preços deram uma pausa em função do fato de que os produtores, que vinham represando animais, começaram a soltar mercado. Isso fez com que as escalas dos frigoríficos andassem, ou seja, não há dificuldades de originação e, por isso, não houve mais altas expressivas nos preços.

Vale ressaltar que o alongamento das escalas dos frigoríficos foi substancial e expressivo. Ainda assim, o mercado do boi continua sendo influenciado por diversos fatores, como a demanda interna e externa, a oferta de animais, as oscilações cambiais entre outros. Dessa forma, é necessário acompanhar de perto as movimentações desse mercado tão importante para a economia brasileira.

Segundo a consultora em gerenciamento de riscos da StoneX, Marianne Tufani, esse aumento da oferta tem trazido uma pressão não só na arroba do boi, mas também no preço do atacado da carne. O escoamento da carne começa a ficar mais lento, e isso acaba tirando o impulso nos preços.

No primeiro momento, o mercado reagiu à demanda chinesa, mas ela veio com uma frustração em relação à expectativa de que a reabertura do mercado chinês viria com um ímpeto de demanda bem mais forte do que vem. Isso tem refletido principalmente nos futuros, que acabam refletindo mais rapidamente do que no mercado físico.

A retomada da demanda externa por carnes após o embargo imposto por alguns países devido a preocupações com a Covid-19 trouxe um alívio para o setor frigorífico. No entanto, a expectativa de preços elevados não se concretizou. Segundo a consultora, os negócios estão sendo realizados com valores mais baixos do que os praticados antes do embargo.

De acordo com a especialista, os preços estão mantendo-se abaixo dos cinco mil dólares por tonelada, mesmo após a volta das exportações. Essa situação tem gerado frustração no setor, que esperava valores mais elevados. Esse fato se deve, em parte, à cautela dos compradores externos em relação aos preços.

No mercado interno, a expectativa também era de uma demanda aquecida nesse período, já que muitas pessoas costumam consumir mais proteínas em função do recebimento de salário e da proximidade da Páscoa. No entanto, a influência da Quaresma e o costume religioso de consumir peixes têm sido fatores que limitam a demanda por carne.

Os preços da carne bovina no Brasil pararam de subir nas últimas semanas, segundo análise de especialistas do mercado. Ainda que não haja queda nos valores, o aumento foi estabilizado, o que já é uma boa notícia para os consumidores. Os preços variam em diferentes estados, como São Paulo, onde o valor médio está em torno de R$ 290 a R$ 305/@ , Goiás em torno de R$ 280/@, Minas Gerais R$ 270/@, Mato Grosso do Sul em R$ 280/@ e Mato Grosso em R$ 280/@.

Por: Aleksander Horta
Fonte: Notícias Agrícolas

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