Cafés especiais de Divinolândia/SP

Publicado em 08/08/2018 08:56
Entrevista com Paulo Mengali, Presidente Aprod Divinolândia e - Sérgio Lange, Presidente do Sindicato Rural de Divinolândia
Paulo Mengali - Sérgio Lange - Presidente Aprod Divinolândia - Pres. Sindicato Rural de Divinolândia

Podcast

Cafés especiais de Divinolândia/SP

 

Download

 

O mercado do café tradicional vem lidando com preços perigosos para o produtor, que estão beirando os R$ 400 por saca. Contudo, aqueles produtores que fazem cafés especiais estão conseguindo vantagens no negócio.

Em Divinolândia (divisa de SP com o Sul de Minas, região de Poços de Caldas-S. João da Boa Vista), um grupo de produtores vende uma saca de café especial por volta dos R$ 1.100 reais para torrefadores pequenos de países como a Inglaterra.

Paulo Mengali, presidente da Associação dos Produtores de Café de Divinolândia (Aprod), conta que, para produzir esses cafés, é preciso mudar o conceito tradicional do café, as práticas, o terreiro, entre vários fatores. A região também é privilegiada por um solo rico e fértil.

O presidente do Sindicato Rural do município, Sérgio Lange, conta que são 57 produtores que possuem esse café no mercado internacional. Desta forma, cria-se um caminho: um grupo identificado disposto a fazer esse tipo de trabalho e criar um novo modelo para a cafeicultura.

Assim, os produtores se organizam para receber os compradores interessados e vender em grupo, fechando contêineres para a exportação.

-- O diferencial de preço é uma oportunidade para os pequenos produtores, diz Sérgio Lange. "Com manejo diferenciado, respeito ao meio ambiente, tratos culturais especificos, colheta seletiva, rebeneficio e vendas conjuntas, mais gestão e controle constantes, e comunicação e relacionamento, esses são os caminhos para superarmos a crise de preço", finaliza o presidente do Sindicato dos produtores de Divinolândia.

Donieverson dos Santos é o campeão brasileiro de torra 2018
 
O torrefador da Bourbon Specialty Coffees foi o que se manteve mais fiel à curva de torra planejada, levou o título e garantiu vaga no campeonato mundial

 Donieverson dos Santos, da Bourbon Specialty Coffees, de Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, é o vencedor do 2º Campeonato Brasileiro de Torra. O competidor foi o que se manteve mais fiel à curva de torra planejada, levou o título da competição e garantiu sua vaga no World Coffee Roasting Championship, a competição mundial da categoria.
 
A segunda edição do certame no país, realizada em Curitiba (PR), integra o cronograma de ações do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). As empresas Probat Leogap e Lucca Cafés Especiais foram anfitriãs do campeonato, que teve como presidente do júri o polonês expert em competições de torra Lukasz Jura, representante da World Coffee Events (WCE).
 
O campeão destaca a importância do certame para o desenvolvimento da cafeicultura brasileira com olhos na qualidade. “Agradeço à Bourbon pela oportunidade concedida de representar a equipe em um campeonato nacional e aos organizadores, que não medem esforços para o crescimento da cafeicultura, alertando e despertando cada vez mais o interesse da produção voltada à qualidade", elogia.
 
Santos enaltece, ainda, a organização e o alto nível dos competidores brasileiros. "A divisão das provas e etapas foi muito bem estruturada, houve elogios em todas as rodas de conversa entre nós competidores. Todos estavam muito bem preparados, o que fez com que o nível de competição fosse muito elevado. Esse comprometimento é fundamental para se chegar a um grau tão alto e acirrado, o que evidencia a necessidade de competições como esta para o desenvolvimento da cafeicultura brasileira, uma vez que incluem o produtor rural nesse contexto de controle e qualidade do café", comenta o campeão.
 
"Agora é focar no mundial, fazer um bom planejamento e, se Deus quiser, representar bem o Brasil nesta competição internacional", completa. O World Coffee Roasting Championship 2018 terá data e local revelados pela WCE futuramente.
 
O campeonato nacional teve 22 competidores ao todo. Os torrefadores tiveram que planejar e elaborar a melhor torra para o café oficial do evento, produzido nas fazendas paranaenses Pilar e Harmonia, e passaram por três etapas práticas com o torrador Probatone 5, da anfitriã Probat Leogap, e peneiras da empresa Palini Alves: treinos com café e equipamentos oficiais para elaborar seu plano de torra; classificação física do café oficial por defeitos e peneira; e torra do café oficial. O segundo colocado foi o torrefador independente de Curitiba (PR), Eduardo Scorsin, seguido por Fábio Nakasato, da Isso é Café, de São Paulo (SP).
 
BRAZIL. THE COFFEE NATION
O projeto setorial é desenvolvido em parceria pela BSCA e Apex-Brasil e tem como foco a promoção comercial dos cafés especiais brasileiros no mercado externo. O objetivo é reforçar a imagem dos produtos nacionais em todo o mundo e posicionar o Brasil como fornecedor de alta qualidade, com utilização de tecnologia de ponta decorrente de pesquisas realizadas no país. O projeto visa, ainda, a expor os processos exclusivos de certificação e rastreabilidade adotados na produção nacional de cafés especiais, evidenciando sua responsabilidade socioambiental e incorporando vantagem competitiva aos produtos brasileiros.
 
Iniciado em 2008, a vigência do atual projeto se dá entre maio de 2018 até o mesmo mês de 2020, tendo como mercados-alvo: (i) Alemanha, Austrália, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido, Rússia, Taiwan (Formosa) e Turquia para os cafés crus especiais; e (ii) Argentina, China e Estados Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem. As empresas que ainda não fazem parte do projeto podem obter mais informações diretamente com a BSCA, através dos telefones (35) 3212-4705 / (35) 3212-6302 ou do e-mail exec@bsca.com.br.

Colheita de café dos cooperados da Cooxupé atinge 72,1% do total

SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de café dos cooperados da Cooxupé havia avançado para 72,1 por cento do total até 3 de agosto, informou nesta terça-feira a maior cooperativa de café do mundo.

A colheita de uma safra maior da cooperativa que atua no Sul de Minas, Cerrado e São Paulo ainda está atrasada na comparação com anos anteriores.

Apenas em 2015 havia um atraso maior nesta época (63,7 por cento), em relação à situação atual.

Em 2017, os cooperados já tinham colhido 82,9 por cento do total até o início de agosto, e em 2016 nesta época a colheita havia atingido 75,3 por cento do total.

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: NA/Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Após fortes oscilações, mercado cafeeiro fecha sessão desta 3ª feira (23) em lados opostos nas bolsas internacionais
Preços do café robusta sobem em Londres na manhã desta 3ª feira (23) diante demora nas vendas no Vietnã
Média de embarques e faturamento do café torrado nos 15 dias de dezembro/25 recuam no comparativo com mês inteiro do ano passado
Chuvas abaixo do esperado no BR consolidam ganhos do café arábica no fechamento desta 2ª feira (22)
Mapa alerta para café torrado com irregularidades
Mercado cafeeiro mantém volatilidade e avançava moderadamente na manhã desta 2ª feira (22)