Há mais de 100 dias sem chuvas, Alta Mogiana enfrenta severo déficit hídrico para próxima safra de café

Publicado em 29/09/2020 16:14 e atualizado em 30/09/2020 10:07
Há mais de 100 dias sem chuvas, Alta Mogiana também enfrenta severo déficit hídrico e com a safra/2021 de café
Ricardo Lima de Andrade - Superintendente Cocapec- SP

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Entrevista com Ricardo Lima de Andrade - Superintendente Cocapec- SP sobre o Acompanhamento de Safra do Café

 

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O trabalho de colheita no campo já chegou ao fim na Alta Mogiana/SP e após uma safra de qualidade e volumosa, as atenções do produtor de café estão voltadas para as condições do clima. Assim como em Minas Gerais, a falta de chuva e altas temperaturas já levantam preocupação para o desenvolvimento da próxima safra. 

Segundo dados da Fundação Procafé e confirmadas pela Cocapec, os volumes de chuvas na Alta Mogiana estão abaixo da média desde março e abril, tornando a estiagem de 2020 ainda mais severa. Segundo Ricardo Lima Andrade - Superintendente Cocapec, até foram registradas algumas chuvas na semana passada, mas com volumes abaixo da necessidade da planta neste momento. 

Além da falta de chuva, a alta temperatura agrava ainda mais a situação. Nos últimos dias, as temperaturas máximas chegaram a 38 graus. "Isso nos preocupa sim neste momento de florada. Tivemos algumas floradas com o pouco de chuva que teve no finalzinho de agosto. A questão é que a maior florada está por vir, a depender de um volume de chuva maior", comenta. 

Ricardo destaca ainda que a expectativa agora é com as chuvas previstas entre o dia 7 e 10 de setembro. "Temos que considerar que já tem perdas marginais sim de café, mas de modo geral nós vamos para o ano que vem pra um ciclo de baixo e com efeito de estiagem bastante forte. Nos preocupa, estamos acompanhando as previsões de diversos instituto porque é momento natural de bastante apreensão", afirma. 

Veja a entrevista completa no vídeo acima

Arábica tem dia de realização de lucros em NY e mercado físico com estabilidade

A terça-feira (29) foi de estabilidade para os principais contratos no mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US). O dia foi de realização de lucros para o mercado do café após cair mais de 400 pontos na segunda-feira, dia 28. 

Dezembro/20 chegou a oscilar com pequenas variações durante o dia, mas finalizou com estabilidade e negociado por 109,55 cents/lbp. Março/21 teve alta de 15 pontos, negociado por 111,40 cents/lbp, maio/21 subiu 10 pontos, valendo 112,80 cents/lbp e julho/21 teve valorização de 10 pontos, negociado por 114,20 cents/lbp.

Enquanto o mercado de arábica finalizou com estabilidade, a terça-feira foi de baixas para o mercado futuro do café tipo conilon na Bolsa de Londres. Novembro/20 teve queda de US$ 23 por tonelada, valendo US$ 1304, janeiro/21 registrou queda de US$ 16 por tonelada, valendo US$ 1330, março/21 registrou baixa de US$ 13 por tonelada, valendo US$ 1346 e maio/21 registrou queda de US$ 12 por tonelada, estabelecendo os preços por US$ 1362.

Todo o setor cafeeiro segue acompanhando as condições do clima no Brasil. De acordo com análise do site internacional Barchart, as chuvas que aconteceram na última semana, continuam pressionando os preços em Nova York. As condições, no entanto, ainda não estão dentro do ideal para o desenvolvimento da próxima safra. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, na semana passada, a Fundação Procafé destacou que os acumulados não foram suficientes para aliviar o déficit hídrico tanto em Minas Gerais, como na Alta Mogiana em Franca/SP. A expectativa agora é de que as chuvas previstas para acontecer entre o dia 7 e 10 de Outubro, se confirmem garantindo a hidratação necessarária da planta. 

Segundo Ricardo Lima de Andrade, Superintendente Cocapec- SP, não chove de maneira expressiva na Alta Mogiana há mais de 100 dias, levantando preocupações para a próxima safra, que naturalmente tende a ser de ciclo baixo em quase todas áreas de produção de árabica do Brasil. 

>>> Há mais de 100 dias sem chuvas, Alta Mogiana também enfrenta severo déficit hídrico e preocupações para próxima safra de café

No Brasil, o mercado físico também operou com estabilidade nas principais praças produtoras do país. O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,83% em Varginha/MG, valendo R$ 555,00. Guaxupé/MG manteve o valor de R$ 562,00, Poços de Caldas/MG manteve R$ 530,00, Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 545,00, Araguarí manteve por R$ 540,00 e Franca/SP também manteve a estabilidade, por R$ 550,00.

O cereja descascado teve alta de 0,82% em Varginha/MG, valendo R$ 615,00. Guaxupé/MG manteve o valor de R$ 615,00, Poços de Caldas/MG manteve R$ 580,00. Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 595,00 e Campos Gerais/MG manteve a negociação por R$ 608,00.

>>> Veja mais cotações aqui

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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