Café: Com cenário nebuloso, produtores e exportadores devem seguir acompanhando mercado oscilando até o fim de 2022, diz analista

Publicado em 14/09/2021 16:06 e atualizado em 14/09/2021 17:55
Entrevista com Eduardo Carvalhaes - Analista de Mercado do Escritório Carvalhaes sobre o Mercado do Café
Eduardo Carvalhaes - Analista de Mercado do Escritório Carvalhaes

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Entrevista com Eduardo Carvalhaes - Analista de Mercado do Escritório Carvalhaes sobre o Mercado do Café

 

O mercado futuro do café arábica encerrou as cotações desta terça-feira (14) com desvalorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Dezembro/21 tinha queda de 135 pontos, valendo 185,45 cents/lbp, março/22 teve queda de 135 pontos, cotado a 188,20 cents/lbp, maio/22 teve baixa de 130 pontos, valendo 189,35 cents/lbp. 

De acordo com Eduardo Carvalhaes, os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US) não refletem a atual realidade do Brasil como maior produtor de café do mundo. Ontem, o Cecafé divulgou que os embarques de agosto registraram queda de 25,2% em comparação com o mês período no ano passado, e ainda assim as cotações finalizaram com desvalorização. 

Segundo Eduardo, o cenário segue sendo de preços firmes para o café considerando principalmente as condições do parque cafeeiro no Brasil, que sofre com a prolongada seca, geadas e já tem dado como certo a redução na produção do ano que vem, que na teoria voltaria a ser de ciclo alto para o Brasil.

O setor cafeeiro aguarda pelo retorno das chuvas no início do mês que vem e Carvalhaes destaca ainda que os problemas logísticos devem seguir impactando diretamente nas cotações. Com muitas variáveis e problemas no longo prazo, o analista afirma que apesar dos fundamentos sólidos, produtores e exportadores devem continuar observando esse cenário de incerteza para o mercado até, pelo menos, o final deste ano. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon encerrou com estabilidade. Novembro/21 teve alta de US$ 6 por tonelada, valendo US$ 2063, janeiro/22 teve valorização de US$ 5 por tonelada, valendo US$ 2047, março/21 subiu US$ 1 por tonelada, valendo US$ 1994 e maio/22 encerrou valendo US$ 1973 - sem variações. 

De acordo com análise do site internacional Barchart, a falta de contêineres para embarcar o café do Vietnã prejudicará as exportações no futuro próximo e os preços aumentam. Além disso, um aumento recorde de infecções por Covid no Vietnã levou o primeiro-ministro do Vietnã a aumentar as restrições à pandemia e enviar soldados para as ruas da cidade de Ho Chi Minh e de outras províncias vizinhas para impor restrições à pandemia que exigem que as pessoas não saiam de casa. 

No Brasil, o mercado físico encerrou com estabilidade nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 0,47% em Poços de Caldas/MG, valendo R$ 1.050,00. Guaxupé/MG manteve a estabilidade por R$ 1.067,00, Patrocínio/MG por R$ 1.090,00, Araguarí/MG por R$ 1.070,00 e Franca/SP manteve por R$ 1.090,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 0,42% em Poços de Caldas/MG, valendo R$ 1.190,00, Guaxupé/MG manteve a estabilidade por R$ 1.137,00, Patrocínio/MG manteve por R$ 1.130,00, Varginha/MG por R$ 1.110,00 e Campos Gerais/MG manteve por R$ 1.123,00.

Confira a análise completa no vídeo acima
 

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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