Colheita pressionava preço do café quando o frio não assustava tanto o mercado e em 2022 cenário é diferente, explica analista

Publicado em 08/06/2022 16:40 e atualizado em 08/06/2022 17:24
Com muitas variáveis influenciando na formação dos preços, produtor vai continuar vendo volatilidade e tendência é de mercado continuar travado
Eduardo Carvalhaes - Analista de Mercado do Escritório Carvalhaes

Podcast

Café não tem novidades nos fundamentos, mas atraso na colheita do Brasil e dúvida com a oferta deve manter preços sólidos

O mercado futuro do café arábica encerrou as cotações desta quarta-feira (8) apenas com ajustes técnicos para os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US). 

A colheita da safra 22 de café arábica nas áreas de atuação da Cooxupé estava em 7,08% até o último dia 3 de junho, de acordo com dados divulgados pela cooperativa na manhã desta terça-feira (8). Os dados fazem parte do relatório semanal divulgado pelo Cooxupé. Por área, os números mostram que em São Paulo a colheita estava em 8,33%, Cerrado Mineiro 1,68% e no Sul de Minas Gerais os trabalhos correspondiam por 9,68% de área colhida. 

De acordo com Eduardo Carvalhaes, analista de mercado,com muitas variáveis influenciando na formação dos preços, produtor vai continuar vendo volatilidade e tendência é de mercado continuar travado. A chegada do inverno no Brasil neste ano traz ainda mais volatilidade aos preços diante da memória recente das geadas do ano passado. Também continua no radar do mercado os problemas logísticos, assim como a Covid-19 na China que mantém as cotações com bastante variação. 

Julho/22 teve queda de 30 pontos, negociado por 231,85 cents/lbp, setembro/22 teve baixa de 35 pontos, valendo 232 cents/lbp, dezembro/22 registrou queda de 20 pontos, cotado por 231,50 cents/lbp e março/23 teve alta de 20 pontos, valendo 230,40 cents/lbp. 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon teve queda de US$ 4 por tonelada, valendo US$ 2105, setembro/22 teve queda de US$ 4 por tonelada, cotado por US$ 2117, novembro/22 teve baixa de US$ 6 por tonelada, negociado por US$ 2106 e janeiro/23 teve queda de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 2092. 

No Brasil, o dia foi marcado por estabilidade nas principais praças de comercialização do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 0,74% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.340,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 0,76%, valendo R$ 1.310,00, Patrocínio/MG manteve a estabilidade por R$ 1.340,00, Araguarí/MG manteve por R$ 1.300,00, Varginha/MG por R$ 1.350,00 e Franca/SP por R$ 1.340,00. 

O tipo cereja descascado teve queda de 0,70% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.415,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 0,70%, cotado por R$ 1.420,00, Patrocínio/MG manteve a estabilidade por R$ 1.360,00, Varginha/MG manteve por R$ 1.440,00 e Campos Gerais/MG manteve a negociação por R$ 1.415,00. 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Falta de chuva no BR faz futuros do café arábica fecharem sessão desta 5ª feira (04) com ganhos de 2%
Preço médio das exportações de café não torrado dispara 46% em novembro/25 frente ao mesmo período do ano passado
Região da Alta Mogiana registra boa florada do café, mas qualidade da próxima safra preocupa os produtores
Baixos estoques pressionam os futuros do café, que trabalhavam com ganhos no início da tarde desta 5ª feira (04)
Conab: Com maior safra de conilon, produção de café é estimada em 56,5 milhões de sacas em 2025
Ministro Fávaro recebe setor cafeeiro para alinhar estratégias de promoção internacional e financiamento da atividade