Está confirmado novo período de estiagem para a região centro-norte a partir da segunda quinzena de abril com prejuízos para safrinha

Publicado em 21/03/2016 12:20
Para o Sul do país, o risco é em relação às quedas de temperaturas com condições mais propícias para ocorrência de geadas

As previsões de estiagem a partir da segunda quinzena de abril em todo o centro norte do país poderão trazer prejuízos para o cultivo do milho safrinha. Devido ao atraso na cultura da soja, a implantação do milho segunda safra também ocorre tardiamente na maior parte do país, e ao contrário do que aconteceu em outros anos, nesta temporada as chuvas não irão se prolongar no outono, conforme previsão da Somar Meteorologia.

O outono que começou oficialmente no último domingo, 20 de março, trará condições mais secas para os estados do Mato Grosso, Goiás, norte de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e todo o Matopiba. De acordo com o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos nos últimos três anos o clima foi influenciado por um aquecimento gradativo das águas do pacifico, o que proporcionou um alongamento do período chuvoso também nos meses de abril e maio, favorecendo o desenvolvimento do milho safrinha mesmo que cultivado fora da janela ideal de plantio.

"Neste ano estamos com um resfriamento, ou seja, uma resposta totalmente diferente da atmosfera em relação aos últimos anos. Então, não será um outono tão chuvoso, principalmente para o centro-oeste, sudeste e também matopiba. E chuvas mais concentradas no sul, que ainda assim não serão em grande volume", acrescentam Santos.

Especificamente nesta semana, o avanço de uma frente fria trará condições de chuvas volumosas em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil. Há previsões para pancadas de chuvas no Mato Grosso, Rondônia, Goiás e também sobre o Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e extremo oeste da Bahia. Com isso algumas atividades agrícolas como colheita da soja, poderão ser atrapalhadas, mas por outro lado, essas chuvas estarão mantendo os solos com bons níveis de umidade, beneficiando o desenvolvimento das lavouras.

Já em abril, as previsões indicam que as precipitações devem se manter sobre a região centro norte do país somente até o dia 10, iniciando posteriormente, um longo período de estiagem que deve se estender até a segunda semana de maio, com possibilidade apenas de chuvas localizadas.

"Como estamos em um ano de enfraquecimento de El Niño e uma possível La Ninã em 2016, toda vez que isso acontece as massas de ar polar conseguem avançar com mais facilidade no sul do Brasil, empurrando as frentes frias para o interior do país, por isso estamos acreditando bastante nas chuvas de maio, mas não em grandes volumes", explica o agrometeorologista.

Para ele, além de retorno das chuvas em maio, que pode recuperar as lavouras do cereal - dependendo da fase de desenvolvimento - o outono neste ano também terá temperaturas mais amenas, favorecendo o orvalho durante e noite e amenizando a falta de água no período mais seco.

Por outro lado, "por não termos um bloqueio natural, que é o El Niño, as massas de ar polar ganharão intensidade e amplitude, então há um risco maior de ocorrer geada neste ano principalmente no mês de maio também no Paraná e sul do Mato Grosso do Sul", alerta Santos.

La Niña

As previsões indicam que o segundo semestre de 2016 já começará a ser influenciado pelo fenômeno climático La Niña, trazendo um inverno mais seco para o país.

Ainda que não seja possível definir sua intensidade, o agrometeorologista afirma que o La Niña traz um regime de chuvas benéficos para as culturas em grande parte do Brasil. "Apesar de atrasar a chegada das chuvas na primavera, quando as precipitações chegarem ela ocorrem de forma mais regular em todo o país", destaca Santos.

Por: Aleksander Horta +Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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