La Niña só em 2022, diz Molion. Para climatologista faltam condições favoráveis para esfriamento do Pacífico

Publicado em 21/02/2020 14:42
Safrinha de milho pode ser beneficiada por prolongamento das chuvas; plantio da safra de verão deve ser adiado com novo atraso das chuvas
Luiz Carlos Molion - Climatologista

Podcast

Entrevista com Luiz Carlos Molion - Climatologista sobre o La Niña somente em 2022

 

Download

Para o climatologista  Luiz Carlos Molion o fenômeno La Niña só deve voltar acontecer em 2022. Segundo o professor, apesar de muito se falar sobre o fenômeno não há indícios da formação do La Ninã para esse ano. "Um dos mecanismos importantes para gerar o La Ninã são os ventos de leste e esses ventos estão muito fracos, o La Niña em geral se forma quando esses ventos estão fortes", explica em entrevista ao Notícias Agrícolas. Molion destaca ainda que ação da força gravitacional da lua também não favorece a formação do sistema. 

Molion explica que as chuvas excessivas na região Sudeste do país coincidiram com o fato de haver frente fria estacionárias na região, aliado ao fato de o Atlântico estar mais aquecido do que o normal, o que aumentou a evaporação; a umidade que veio do oceano acabou favorecendo as condições de chuvas. "Olhando todos os indicadores, eu diria que a chance de ter o La Ninã nesse ano de 2020 e no próximo ano é pequena; ao contrário, a condição deve permanecer neutra", destaca afirmando ainda que as mesmas previsões valem para atuação do El Niño. 

De acordo com o professor, é importante também que o produtor acompanhe as condições de chuvas em outros locais fora do país. "Em particular deve-se acompanhar o inverno nos Estados e Canadá, quando o inverno lá está rigoroso significa que as frentes frias ou a massa de ar polar varrem o continente Norte-Americano, passam pelo Caribe e vem influenciar as chuvas aqui na Costa Norte brasileira, inclusive no Nordeste", destaca.

Molion explicou que é muito provável que o Brasil tenha novo atraso na estação chuvosa em 2020. "Pode ser que haja um atraso de duas a três semanas, indicando que o mês de outubro seja mais seco que o normal", diz. Afirma ainda que as chuvas devam voltar ao normal já no mês de novembro e não deve gerar grandes problemas para o plantio da próxima safra. 

Veja a entrevista completa no vídeo acima

Leia mais: >> Previsão indica chuvas expressivas para o Centro-Oeste e Sudeste no final de semana

 

 

Por: Aleksander Horta e Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Sobe para 55 o número de vítimas em temporais do Rio Grande do Sul
Chuvas no RS: por que chove tanto no estado? Entenda as causas
Jovem Pan: Tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul já afeta meio milhão de pessoas
Guaíba ultrapassa a marca de 5 metros
Região portuária no RS terá plano de ação para enfretamento das chuvas