Seca persiste e 2021 é o ano mais crítico dos últimos 41 anos no Centro-Sul do Brasil, avalia Paulo Sentelhas

Publicado em 20/05/2021 15:53 e atualizado em 21/05/2021 09:54
Além do milho e da soja, quebras de safras são expressivas para o café, cana-de-açúcar e laranja; Previsões indicam nova rodada de chuva, mas sistema vai passar rápido e não resolve mais o problema
Paulo Sentelhas - CTO da Agrymet

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Entrevista com Paulo Sentelhas - CTO da Agrymet sobre o Clima

 

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De acordo com dados coletados pelo sistema Agrymet as condições climáticas neste ano já são consideradas a mais crítica para o produtor do centro-sul do Brasil nos últimos 41 anos. Produtores das mais diversas áreas enfrentam há mais de um ano a irregularidade no sistema chuvoso e as quebras de produção chegam nas mais diversas culturas como soja, milho, café, cana-de-açúcar e laranja. 

Segundo Paulo Sentelhas, porta-voz da Agrymet e professor da Esalq/USP, o que se observa quando se fala na safra 20/21 é um dos anos que mais chamam atenção. "A seca persiste. Começou no ano passado entre março e abril, persistiu até novembro, a gente chegou a ter dezembro/janeiro com chuvas mais regulares, mas a partir de março e abril a situação ficou bastante crítica", comenta.

Os dados mostram ainda que há certos locais sem chuvas há mais de 60 dias. "O solo com baixa disponibilidade hídrica para as culturas e isso impactando os processos fisiológicos das plantas como um todo", acrescentam. No caso do Paraná e Mato Grosso do Sul, o especialista alerta ainda para as condições milho safrinha, que se agrava a cada dia. É importante ressaltar que o corte nas precipitações acontecem dentro da janela ideal, mas que como os volumes de chuvas já estavam muito abaixo da média, as preocupações só aumemtam. 

Os modelos meteorológicos indicam que uma nova frente fria deve entrar pelo Rio Grande do Sul nos próximos dias, aumentando a chance de chuva em parte do Brasil, mas segundo Sentelhas, as chuvas devem continuar acontecendo com irregularidade e com volumes mais baixos, ou seja, aliviam as condições, mas não resolvem mais os problemas para a produção agrícola. 

Confira a análise completa no vídeo acima

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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