Brasil central deve seguir com temperaturas elevadas nos próximos dias, enquanto chuvas devem persistir no Sul

Publicado em 03/10/2025 12:04 e atualizado em 03/10/2025 13:19
Precipitações devem chegar no Brasil Central a partir da segunda quinzena de outubro
Bárbara Sentelhas - CEO e Co-fundadora da Agrymet
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Brasil central deve seguir com temperaturas elevados nos próximos dias, enquanto chuvas devem persistir no Sul

O mês de outubro começou com temperaturas elevadas em praticamente todo o Brasil Central, trazendo apreensão aos produtores rurais que aguardam o retorno mais consistente das chuvas para avançar com o plantio da safra 2025/26. A análise é de Bárbara Sentelhas, CEO e co-fundadora da Agrymet, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Segundo a meteorologista, embora frentes frias tragam instabilidades pontuais nos próximos dias, ainda não há configuração de um período úmido regular. “Esse é um momento de ansiedade para o produtor. Outubro é, historicamente, o mês de transição, mas ainda estamos sob a influência de bloqueios atmosféricos que mantêm o cenário de tempo seco no Brasil Central”, destacou.

Nos próximos dias, as precipitações devem se concentrar nas extremidades do país, especialmente no Sul, Norte e faixa leste do Nordeste. No Rio Grande do Sul, há expectativa de chuvas mais volumosas a partir do dia 7, com acumulados que podem superar os 70 mm em algumas regiões. Já no Brasil Central, o tempo seco persiste, aumentando os riscos de incêndios e reforçando a preocupação com o atraso no início da safra.

Em contrapartida, as temperaturas seguem elevadas. Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem registrar máximas entre 38°C e 42°C nos próximos dias. “O calor intenso associado à baixa umidade do ar mantém condições adversas, exigindo cautela do produtor que arriscou iniciar o plantio após as primeiras chuvas de setembro”, alertou Bárbara.

A partir do dia 6 de outubro, uma frente fria mais intensa avança pelo Sul do país, derrubando as temperaturas. A máxima em algumas cidades do Rio Grande do Sul pode cair de 34°C para 15°C de um dia para o outro, com risco de temporais devido ao contraste térmico. Em áreas de maior altitude, como a Serra Gaúcha e Catarinense, não está descartada a ocorrência de geadas tardias.

De acordo com os modelos climáticos, a expectativa é de que o cenário mude apenas a partir da segunda quinzena de outubro. “As projeções indicam que entre os dias 15 e 17 devemos ver a formação do corredor de umidade, com chuvas mais regulares no Brasil Central, condição essencial para o avanço do plantio da soja”, explicou a meteorologista.

E o La Niña?

O NOAA confirmou o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, mas Bárbara ressalta que ainda é cedo para afirmar a influência direta do La Niña no clima brasileiro. “Estamos observando um fenômeno em formação, de baixa intensidade e que pode se dissipar rapidamente. Por ora, a principal consequência é a tendência de chuvas abaixo da média no Sul do país, especialmente em dezembro, enquanto o Nordeste pode registrar volumes acima da normalidade.”

Enquanto isso, o produtor deve manter a cautela. “A recomendação é segurar a ansiedade. O plantio só será seguro quando tivermos uma regularidade maior das chuvas, o que deve acontecer apenas na segunda metade de outubro”, reforçou.

Por: Andressa Simão | Instagram @apautadodia
Fonte: Notícias Agrícolas

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