DA REDAÇÃO: Cenário atual do mercado do boi gordo pode indicar fase de baixo ciclo pecuário

Publicado em 16/12/2011 12:56 e atualizado em 16/12/2011 15:53
Boi Gordo: Mercado encerra a semana com pressão negativa. Abate de fêmeas continua forte e a retenção destas entre 2007 e 2010 gerou maior número de bezerros, que agora entram como bois magros no mercado em maior volume. Cenário indica fase de baixo ciclo pecuário.
Mercado do boi gordo encerra semana pressionado para baixo. O ligeiro aumento da oferta de animais é um dos fatores forte de pressão para os preços. De acordo com a analista em mercado pecuário, Lygia Pimentel, o abate de fêmeas, que apresentou um aumento de 10% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado, continua intenso.

Mesmo no terceiro trimestre, período atípico de descarte de fêmeas devido à repetição de cio ocasionada por condições ruins de pastagem, o abate destes animais continuou expressivo. Segundo Pimentel, este comportamento não é normal quando a atividade de cria remunera o pecuarista.

Os índices inflacionários atuais variam acima dos preços da arroba, e portanto, não remuneram de forma satisfatória a produção pecuária brasileira. "Essas fêmeas estão sendo abatidas em resposta a custos em alta e uma arroba em 2011 praticamente estável... Acho que esta já é uma resposta ao encurtamento de margens na pecuária, característica da fase de baixo ciclo pecuário que ocorre entre 6 a 10 anos ", comenta.

Além disso, outro indicativo deste baixo ciclo é o aumento de bezerro no mercado e a consequente desvalorização dos preços. Segundo a analista, a retenção de fêmeas entre 2007 e 2010 gerou maior número de bezerros, que entram hoje como bois magros em maior volume no mercado.

"O bezerro pode até faltar em 2012 porque houve um abate elevado em 2011. Mas, aqueles bois magros, aqueles animais de 26 a 36 meses que eram bezerros há anos atrás, a gente vai sentir a presença deles agora.", completa. A expectativa é de mercado morno em 2012 com maior oferta destes animais.

Por: João Batista Olivi e Marília Pozzer
Fonte: Notícias Agrícolas

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