ESPECIAL: Brasil pode se tornar 3º maior produtor de algodão em 2012

Publicado em 30/12/2011 12:16 e atualizado em 30/12/2011 12:58
ESPECIAL: Algodão - entre altas e baixas, volatilidade nas cotações dá tom ao mercado no Brasil em 2011. Evolução na qualidade da fribra, faz cotonicultura brasileira conquistar novos mercados e subir sua posição no ranking mundial. Exportações tendem a aumentar em 2012, com China diminuindo sua produção.
Na última entrevista da série especial de final de ano do Notícias Agrícolas, o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero. Para ele, em 2011 o “produtor de algodão não ganhou dinheiro, mas também não perdeu. Então é um ano que dá condições para o produtor se estruturar.” No entanto, o representante da Abrapa esclarece que este ano foi de preços atípicos, com muita volatilidade, principalmente em relação ao dólar, que afeta diretamente a comercialização e “assusta o produtor.” Ainda assim, Portocarrero considera que foi um ano com produção de qualidade, mesmo com a pequena quebra de produção devido à falta de chuvas.

De acordo com Portocarrero, o “Brasil vem crescendo em produção de algodão. Há 10 anos, quando era importador, para hoje, ser o 4º maior produtor mundial, é uma diferença muito grande e que coloca a crédito todo o setor produtivo, que acreditou na cultura e investiu em certificação, tecnologia, qualidade.”

Em 2011, ele esclarece que a alta nos preços não afetou a vida do produtor, pois boa parte da safra já estava comercializada em valores mais baixos. “Para a cadeia do algodão não é bom quando há volatilidade nos preço, pois a indústria fica vulnerável e começa a buscar alternativas em outras fibras. Então, o que se espera é um ano com preço estável, para que o produtor possa plantar, colher e recuperar o investimento com uma margem aceitável de lucro. Dentro deste cenário a previsão de crescimento é de 6% em hectares, passando para 1,469 mil hectares em 2012.”

Para o próximo amo, Portocarrero afirma que o mercado chinês deve abrir um espaço maior para o produto brasileiro, pois o país está substituindo a área de fibra para produção de alimentos, e isso traz para o Brasil a expectativa de vender mais algodão para os chineses. Nos EUA, também pela questão dos altos preços do milho, não deve haver acréscimo na área de algodão, pois o cereal é usado não só para alimentação, mas também para a fabricação de combustível. “Portanto, para 2012, o que esperamos é passar de 4º, para 3º maior produtor mundial já nesta safra. Mas o que mais importa é conquistar mercado, e já temos expectativa positiva de entrar com volume maior na China e Coréia e outros países que já são clientes tradicionais.”

A produção prevista para a safra é de 2,1 milhões de toneladas, sendo que 1 milhão deve ficar no mercado interno e 1 milhão devem ser exportados. “Dentro desse cenário de aumento de 6% com a realidade já constatada e citada na China e EUA, a crise mundial não deve interferir nesse volume. A orientação é para o produtor não se entusiasmar demais e crescer muito, além disso, pois toda vez que há oferta muito grande corre–se o risco de derrubar os preços no mercado. Então, o cuidado é de ficar dentro dessa margem de crescimento de 6% que está dentro de uma expectativa de caber dentro do mercado mundial mesmo com a crise. Preços em torno de US$0,90 centavos de dólar por libra peso até US$1,05 remunera e permite que o produtor permaneça no negócio.”

Por: Aleksander Horta e Ana Paula Pereira
Fonte: Notícias Agrícolas

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