DA REDAÇÃO: Boi - Indicador Esalq sobe e mercado dispara com escalas enxutas

Desde a segunda metade de setembro, o mercado do boi gordo apresentava perda de firmeza, saindo da casa dos R$97 para os R$94,50. No entanto, da última semana até hoje, quando as cotações futuras dispararam, já era possível observar uma recuperação no mercado, puxada principalmente pelas escalas mais curtas, apesar dos grandes confinamentos e do período sazonal de desova destes animais.

Após o indicador Esalq subir R$0,90 nesta quarta-feira (24), chegando a R$96,17 os especuladores que apostavam na venda dos contratos de novembro e outubro precisaram reverter seus prejuízos, favorecendo ainda mais o movimento altista. De acordo com a consultora de mercado, Lygia Pimentel, “quem estava apostando em venda precisou entrar comprando, pois o mercado foi contra essa expectativa e era necessário estancar o prejuízo, pressionando mais ainda os contratos. Tem muito estoque acontecendo da parte de quem apostou na queda e isso leva o mercado para cima também.”, explica.

Ainda segundo Lygia, expectativa era de grande liberação de animais confinados, mas a tendência histórica é de que o clima defina o mercado no período. “E o cenário climático é de entressafra, típico do período. Então a gente sempre pode contar com oferta menor, mas carne continua fraca e atrapalha margem do frigorífico, que mesmo assim não pode ficar sem escalas. Como a oferta acabou diminuindo, não necessariamente a demanda e nem o preço de atacado exercem influência importante sobre o mercado e sim a oferta, que é restrita”, garante a consultora.

Escalas atendem entre 2 e 5 dias úteis. No mesmo período de 2011, escalas eram mais curtas, atendendo em 3 dias úteis.

De acordo com a consultora, mercado futuro ainda oferece bom ágio para pecuarista e deve ser aproveitado para travas. “Oferta é maior este ano em relação ao ano passado. Mercado está pressionado sim para cima, com escalas curtas e frigoríficos precisando comprar”, conclui.