DA REDAÇÃO: Commodities Agrícolas operam em alta neste início de semana na CBOT

Publicado em 06/11/2012 13:47 e atualizado em 06/11/2012 16:16
Grãos: cotações operam em alta nesta terça-feira (6) em Chicago. Relatório do USDA que será divulgado na sexta-feira (9) pode elevar a produção de soja nos EUA. A partir de agora, mercado volta à atenção para a safra na América do Sul, principalmente na Argentina e no Brasil.
Nesta terça-feira (06) o mercado de Commodities Agrícolas opera em alta na Bolsa de Chicago. Segundo o consultor de mercado da Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, essa alta é uma correção dos recuos registrados nos últimos dias.

Além disso, o mercado espera que o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será divulgado na sexta-feira (9), eleve a produção de soja nos EUA. O consultor sinaliza que a maioria das consultorias norte-americanas trabalham com uma projeção de safra da soja para o país de 1 a 2 milhões de toneladas acima da última posição do governo americano que é de 77,8 milhões de toneladas.

“A consultoria trabalha com uma faixa que vai de 78 até 80 milhões de toneladas o que vai acontecer na prática é muito provável que o USDA eleva a sua produtividade e, portanto a produção de soja 2012/13, mas tecnicamente devemos ter uma situação neutra o mercado já precifica isso durante a semana”, disse Cogo.

E se elevar a oferta interna através da produção irá aumentar também o nível de demanda e de exportações nos EUA e praticamente não deve haver altas de estoques e isso vai se tornar neutro para o mercado, conforme explica o consultor. Após o término da colheita norte-americana o mercado volta à atenção para a evolução da safra na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina. 

No Brasil, o cenário é de uma produção normal, hoje cerca de 40% da safra no país já foi semeada. “Temos alguns percalços em algumas regiões, alguns estados estão mais atrasados outros mais adiantados, temos casos de replantio, de má germinação de sementes, excesso de chuvas no Sul e na Argentina”, afirma Cogo.

Esse quadro pode gerar um estresse no mercado e sustentar as cotações a partir da próxima semana quando o mercado climático sul-americano entra na pauta de Chicago. E a previsão a não configuração de um El Niño e El Niña, com o clima normal ou neutralidade climática pode significar que tudo pode acontecer, segundo informa o consultor.

Em decorrência desse cenário, o mercado tende a ficar mais volátil, deixando a área de conforto de US$ 14,50 e US$ 15,50 por bushel, pode novamente ter repiques com más notícias da evolução da safra na América do Sul. 

“O mundo precisa da safra sul-americana que vai equivaler a 57% da oferta mundial de soja e qualquer problema vai ocasionar um efeito altista nos preços e ao contrário uma normalidade, uma safra recorde traria os preços para níveis mais baixos que os atuais patamares”, acredita Cogo.

Já o mercado do milho apresenta firmeza uma vez que está sustentado na sua própria escassez com a quebra maior. Outro fator que também contribui para esse suporte são os problemas no setor do trigo para rações que são mercados cruzados.

“As quebras na safra de trigo fortalecem o mercado de milho, mesmo com a queda de produção de etanol nos EUA, é um mercado com firmeza no curto, médio e longo prazo”, ratificou Cogo. 
Por: Kellen Severo/ Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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