DA REDAÇÃO: Soja opera com expressivas altas na CBOT
Publicado em 14/01/2013 13:13
e atualizado em 14/01/2013 16:22
Soja: Cenário para o mercado internacional é bastante altista e baseia-se, principalmente, na ainda estreita relação estoque x consumo. Oferta é muito restrita e a demanda registra momento de expressivo aquecimento.
O mercado de Commodities Agrícolas iniciou a semana com altas expressivas na Bolsa de Chicago, após o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado na última sexta-feira (11) que aumentou a produção e os estoques norte-americanos de soja. A oleaginosa opera com mais de 40 pontos de ganho nos principais vencimentos.
Segundo o consultor de mercado, Liones Severo, a situação é extremamente altista para a soja. A alta utilização da oleaginosa no primeiro trimestre, que é decisivo para definir se o mercado é altista ou baixista, e se a utilização passou de 30% é um fator altista e o percentual chegou a 34%, conforme explica o consultor.
“Também temos estoques no dia 1 de dezembro, que é o que define se o mercado está com a oferta reduzida e precisa racionar, e os estoques são mais baixos de muitos anos, tanto de soja como de milho. Todo o contexto é bastante altista para as agrícolas”, afirma Severo.
Além disso, o movimento de alta no mercado tende a ser duradouro até a próxima colheita americana uma vez que a utilização e exportações da soja seguem aquecidas, segundo o consultor. E por outro lado, somente a produção norte-americana irá suprir o mercado até março.
Na visão do consultor, a partir desse mês não haverá disponibilidade de soja nem farelo para a exportação nos EUA. No entanto, o mercado, naturalmente, irá procurar comprar do país, que tem uma logística eficiente.
Já em relação aos preços, Severo sinaliza que, ainda é muito cedo para afirmar que o clima será determinante para a formação das cotações. “O clima tem sido uma surpresa, os EUA tiveram a pior seca dos últimos 58 anos em 2012, e pouco significou em perdas de soja. O RS também, mesmo com a estiagem as perdas não foram significativas”, relata o consultor.
Severo acredita que as perdas acontecem quando, verdadeiramente, os produtores não conseguem plantar a soja, que é o caso da Argentina. Porém, durante o desenvolvimento da planta é muito comum que a soja tenha sempre bons rendimentos.
Entretanto, se houver danos confirmados essa situação poderá influenciar o mercado. “Chicago irá subir de qualquer maneira, não pelo clima, mas pela relação entre oferta e demanda que é apertada. E a China está sempre no mercado demandando muitos produtos”, relata Severo.
Ainda de acordo com o consultor, a pressão baixista nos primeiros quinze dias do mês de janeiro é decorrente da industrialização norte-americana que avança bastante até dezembro uma vez que no inverno a logística é mais difícil. Mas, como cerca de 80% do farelo de soja é destinado ao mercado interno e 20% para a exportação há uma sobra acentuada de farelo que pressiona os preços.
“E os preços do farelo correspondem a 80% dos preços da soja, então, normalmente, essa baixa é decorrente da super oferta que existe no mercado interno dos EUA, é uma situação pontual, temos uma tendência de mercado muito forte até o final de março”, finalizou Severo.
Por: Kellen Severo/ Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas