DA REDAÇÃO: Após expressivas altas, preços da soja recuam na CBOT

Publicado em 15/01/2013 12:27 e atualizado em 15/01/2013 16:09
Grãos: valorização do real frente ao dólar irá deixar os preços das commodities brasileiras elevados, mas não deve impactar na competitividade do produto. Fundamentos ainda são positivos e o Brasil deve continuar sendo um grande player do mercado.
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registraram expressivas altas na sessão eletrônica desta segunda-feira (14). No entanto, por volta das 17h00 (horário de Brasília) as cotações da oleaginosa operam do lado negativo da tabela. 

Para o analista de mercado da Futures International, Pedro Dejneka, caso o clima seja favorável e as produções do hemisfério norte e sul forem excelentes, os contratos até o mês de julho devem permanecer sustentados nos vencimentos de novembro e dezembro/13.   

“O momento ainda é de preocupação de racionar a demanda, não podemos sair vendendo a soja e milho. Os estoques ainda são apertados, e agora o momento é de calma. Mercado está tentando digerir tudo, mas ciente de que uma baixa maior no curto prazo vai atrair mais demanda, e isso é perigoso para o mercado”, afirma o analista. 

Além disso, existe o potencial dos contratos de novembro de soja e dezembro de milho trabalharem em patamares mais baixos, caso a boa safra se concretize nos dois hemisférios, o que poderá pressionar para baixo os preços desses vencimentos, conforme explica Dejneka. 

Por outro lado, o analista sinaliza que, após a crise de 2008 os investidores estão mais ou menos ‘anestesiados’. “Tudo o que acontece poderia trazer um pânico maior para o mercado, mas os investidores tendem a focar nos fundamentos a longo prazo e não prestar tanta atenção nas crises a curto prazo”, relata Dejneka. 

No curto prazo não há uma influência negativa duradoura do mercado financeiro nas commodities, na visão do analista. Caso, os preços das commodities agrícolas recuarem serão decorrentes dos fundamentos e não, necessariamente, do mercado financeiro. 

Já em relação à valorização do real frente o dólar, o analista acredita que irá deixar os preços das commodities brasileiras elevados no mercado externo, mas não deve impactar na competitividade dos produtos e tende a trazer um equilíbrio para o mercado interno. 

“Precisamos voltar ao equilíbrio de um dólar entre R$ 1,85 e R$ 1,90 que deve ser o patamar a curto prazo. Os fundamentos da oferta e demanda ainda são positivos, e o Brasil tem muitas exportações pela frente, o país deve continuar sendo um grande player do mercado”, disse Dejneka.
Por: Kellen Severo/ Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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