DA REDAÇÃO: Na expectativa do USDA, consultor projeta tendência altista para o mercado

Publicado em 08/02/2013 13:44 e atualizado em 08/02/2013 16:27
Falta soja no mundo e a tendência é de preços acima do piso de US$ 14/bu a partir de março. Em abril preço no porto pode voltar acima de R$ 70,00. Chuvas no Mato Grosso, afunilamento da safra nos portos brasileiros e previsão climática para os EUA devem balizar o mercado.
Na tarde desta sexta-feira (08), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) divulgará um novo relatório de oferta e demanda e a expectativa dos investidores devem se voltar para a atualização dos números dos estoques finais dos grãos, principalmente para a soja que apresenta um dos menores estoques dos últimos tempos e, frente à esse quadro preocupante, uma demanda extremamente aquecida.

Para o consultor de mercado Liones Severo, o departamento ajustará sim os estoques da oleaginosa, mas ainda omitirá a real situação de aperto das reservas mundiais. Assim, o USDA advém de uma estratégia para não preocupar o mercado, controlar uma maior elevação dos preços e não descontrolar o ritmo intenso das exportações.

Porém, Severo afirma que, até o final do mês de agosto, os estoques mundiais, antes da entrada da safra norte-americana no mercado, estarão confirmados historicamente ajustados aos seus menores volumes e, consequentemente, elevando as cotações internacionais a níveis recordes. Vale lembrar que o USDA só soma as reservas sul-americanas a partir de 1º de outubro.

Frente a esse cenário, o consultor estima que, assim como anualmente acontece, os meses de fevereiro e março devem trazer um novo impulso para alta de preços no mercado. Segundo Severo, os atuais US$ 14 por bushel negociados nos principais vencimentos da Bolsa de Chicago são considerados piso para um mercado extremamente altista após março. No Brasil, preços que chegam a R$ 65 a saca de 60 quilos nos portos, podem chegar alcançar os R$ 72/sc, já a partir de abril, aponta o consultor.

“Mercado tem tendência extremamente altista”, diz Liones.

Entre os fundamentos que podem manipular o andamento das cotações futuras são: o atual atraso na colheita das safras de soja do Mato Grosso diante das constantes chuvas na região central do Brasil; o possível afunilamento da safra pronta para ser embarcada nos portos brasileiros; e, já em fase de estudos, as previsões climáticas para o início do plantio da safra americana a partir de abril.

Para o produtor brasileiro, o consultor Liones aconselha observação direta nas notícias que podem impactar o mercado, assim como o andamento da safra na América do Sul, principalmente do Brasil. E, quando a retomada dos preços der início nos próximos meses, o conselho é para que sejam efetuadas vendas e não acumular estoques.

Por: Juliana Ibanhes
Fonte: Notícias Agrícolas

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