DA REDAÇÃO: Seca compromete safra de milho e agora chuvas tiram qualidade da soja em Santa Catarina
Há 15 dias sob fortes chuvas, a colheita da soja, em pleno pico, está parada em Santa Catarina. O Estado é um grande produtor de sementes de soja devido à altitude das lavouras, entre 600m e 1300m em relação ao nível do mar, mas com o volume de precipitações o grão já passa do ponto da colheita e começa a arder. “As perdas serão consideráveis. Há muita soja brotando no campo, há muita água vertendo nas partes mais baixas das lavouras e isso é prejuízo certo”, explica Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).
A colheita do milho, que já chegou a 80%, também está parada, mas para a cultura o principal problema foi a seca que chegou há durar 40 dias em importantes regiões produtoras. De acordo com Barbieri, os resultados da colheita giram em torno de 6 mil kg/hectare, enquanto a expectativa inicial era de 12 mil kg/hectare nestas localidades. A safra de milho de Santa Catarina, que deveria ser de 3,5 milhões de toneladas, terá uma perda próxima as 500 mil toneladas, algo entre 15% e 20% da expectativa inicial. O Estado deve então aumentar sua importação do cereal, já que o mercado interno necessita de 6 mil de toneladas de milho.
A estiagem impediu ainda o cultivo da safra de feijão em algumas áreas, além de afetar o sul do Estado, responsável por 50% da produção de arroz catarinense. No entanto, segundo Barbieri, as perdas para o arroz foram equilibradas pela produção de outras regiões e a safra do Estado deve chegar a 1 milhão de toneladas.
Para os próximos dias as previsões climáticas indicam tempo mais firme, que deve favorecer o avanço da colheita. Todavia, as expectativas de geadas em maio, de acordo com previsões, podem aumentar prejuízos e já preocupam o produtor.
Comercialização – O produtor catarinense negociou parte de sua produção de soja e milho antecipadamente, com preços a R$60 e R$30 a saca, respectivamente.