DA REDAÇÃO: Soja - Gargalos logísticos comprometem renda do produtor brasileiro

Publicado em 21/03/2013 13:33 e atualizado em 21/03/2013 17:27
Logística: Gargalos logísticos no Brasil comprometem a rentabilidade dos produtores rurais. Navios esperam cerca de 37 dias para embarcar a soja no Porto de Santos e 59 dias no Porto de Paranaguá. Custos brasileiros são em torno de US$ 70 por tonelada superior ao valor praticado em outros países.
Os gargalos logísticos têm comprometido a rentabilidade dos produtores rurais brasileiros. Com o crescimento da safra de grãos do país os problemas se agravaram nesta temporada, e os caminhões enfrentam uma fila de mais de 20 km e quinze horas para descarregar a soja nos portos do Brasil.

Cerca de 50% da produção brasileira é transportada pelas rodovias, enquanto 24% são por ferrovias e apenas 14% por hidrovias. Em outros países, como os EUA, há um equilibro entre os modais.  Segundo analistas de mercado, a situação não deve se resolver no curto prazo, e deve se agravar durante o mês de abril.

Além disso, na próxima segunda-feira (25) existe a possibilidade dos trabalhadores portuários entrarem em greve. Para o diretor geral da ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), Sérgio Mendes, essa situação agravaria ainda mais o cenário.

“No Porto de Santos a espera dos navios para embarcar soja chega há 37 dias, já no Porto de Paranaguá a espera é de 59 dias, o que é um absurdo. Estamos pagando o demurrage de US$ 10 por tonelada, além de outras desvantagens em relação ao frete”, destaca o diretor.

A diferença entre os valores do frete brasileiro e de outros países, como EUA e Argentina é US$ 70 por tonelada. Em decorrência desse quadro, os prêmios nos portos brasileiros estão negativos. “Temos um desconto de US$ 18 por tonelada por conta dessa situação”, afirma Mendes.

O diretor sinaliza que a safra brasileira apresentou um expressivo aumento nos últimos meses, do mesmo modo as exportações de milho e soja também registraram uma elevação. “Existe estudo de viabilidade de hidrovias pronto, temos que tirar do papel. Todos esses custos justificariam o preço de qualquer hidrovia e ferrovia no país”, relata o diretor.

Por: Kellen Severo/ Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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