DA REDAÇÃO: Soja: Ainda refletindo números do USDA, cotações futuras recuam na CBOT
Segundo o analista de mercado da Jefferies, Vinícius Ito, o departamento norte-americano aumentou 10 milhões de toneladas nos estoques trimestrais de milho, fator que contribui para a retração nos preços. “Imaginamos que esse aumento seria uma combinação da menor utilização do cereal para a produção de ração e também que o órgão poderia ter subestimado a safra do ano passado”, explica o analista.
Por outro lado, as cotações futuram do cereal também são pressionadas negativamente pela grande posição de contratos comprados, maior do que o esperado pelo mercado, e supostamente por duas mortes em Xangai (China) decorrente da gripe aviária, o que poderia afetar a demanda de milho, conforme destaca Ito.
Além disso, esse excedente de 10 milhões de toneladas dos estoques trimestrais nos EUA impacta o mercado no curto prazo e pesa sobre as cotações, segundo sinaliza o analista. “Estamos esperando para ver onde será o equilíbrio dos preços, e como temos o início do plantio norte-americano, geralmente não costuma a ser uma época baixista para os preços da soja e do milho. Então esse ajuste que o mercado faz agora é modesto, e podemos ver uma pressão vendedora remanescente dos fundos nos próximos dias”, afirma o analista.
Devido a esse cenário de preços mais baixos no mercado de commodities agrícolas, há rumores de que a China estaria comprando, novamente, soja e milho nos Estados Unidos. Já em relação ao clima, o analista acredita que o cinturão produtor no país está com tempo mais seco, mas a previsão climática indica chuvas e um aumento na temperatura.
“Essa situação também poderia ter contribuído para pressionar os preços futuros. Mas ainda temos bastante tempo. E as cotações de trigo estão sendo puxadas pelas baixas nos preços do milho. O barateamento da oferta de ração por conta do trigo, milho e farelo de soja tira a competitividade do trigo”, disse Ito.
Ainda na visão do analista, o mercado internacional modificou os patamares de preços das commodities. “As cotações estão mais baixas, mas deve se manter dentro de um limite e não deve formar nenhuma tendência agora antes do plantio nos EUA. A questão é saber onde será o piso do mercado. Na soja já estaríamos próximos de um patamar, e o tamanho do ajuste nos estoques na oleaginosa não é significativo em relação ao uso. Já no milho, um pouco mais a queda já é considerável em comparação aos níveis antes do relatório”, relata Ito.