DA REDAÇÃO: Milho: Lavouras transgênicas são atacadas pela lagarta de cartucho
Segundo o gestor técnico da Cooplantio, Dirceu Gassen, o uso contínuo de milho Bt, inseticidas, fungicidas ou herbicidas, na mesma dose e na mesma área por vários anos tende a selecionar, naturalmente, populações tolerantes à utilização de agroquímicos. Devido a esse cenário, o gestor destaca a importância da prática do refúgio, da rotação de culturas e de defensivos agrícolas para minimizar os processos de seleção.
“Precisamos combinar com outras práticas, cerca de 10% ou 20% da área semeada com o milho Bt deve ser reservada para o cultivo do milho convencional. Dessa forma, as lagartas das duas áreas cruzariam e resultariam em lagartas mais suscetíveis à semente Bt. O refúgio é essencial para manter o uso dessa tecnologia que é vantajosa aos produtores rurais brasileiros”, explica Gassen.
O gestor ainda destaca que a lagarta de cartucho causa danos severos às lavouras de milho e é de difícil controle. Por isso, os produtores devem realizar o plantio de forma adequada para manter as populações nativas e dessa maneira manter o equilíbrio nas populações.
Por outro lado, nem sempre os agricultores têm acesso às informações de como fazer o plantio e de práticas que devem ser adotadas. De acordo com o advogado, Neri Perin, as informações devem ser divulgadas pelas empresas fornecedoras dos produtos. E que os agricultores têm o direito a restituição dos valores cobrados no caso de comprovação de prejuízos.
“Os produtores devem documentar fazer um laudo técnico e comprovar os prejuízos e tentar administrativamente ou judicialmente a restituição dos valores devidos”, ratifica o advogado.
Na visão do gestor técnico, falta à comunicação entre os responsáveis por dar assistência e os produtores rurais. “É preciso à retomada de um programa de comunicação e informação que será a chave para manter a tecnologia que vai levar a uma eficiente corresponsabilidade de todos os segmentos do setor”, finaliza Gassen.