DA REDAÇÃO: CBOT - Avanço no plantio da safra nova norte-americana pressiona preços futuros
O mercado de commodities agrícolas opera do lado negativo da tabela nesta terça-feira (21). Os futuros de mais longo prazo da soja e do milho são pressionados pelo avanço do plantio da nova safra norte-americana, reportado ontem no relatório de acompanhamento de safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Segundo o analista de mercado da New Edge, Daniel D’Ávilla, explica que além da evolução no plantio recorde, a área também foi recorde. Em uma semana, os produtores norte-americanos semearam 42 milhões de acres. Além disso, os agricultores também conseguiram plantar mais 18% da safra de soja. A expectativa é que 100% do cereal seja cultivado nos EUA.
“O clima ainda não está resolvido, então começamos a ficar com certo risco de quedas nos preços. O desenvolvimento das lavouras está melhorando, o que pode pressionar os preços referentes à safra nova. A orientação é que os produtores brasileiros façam vendas escalonadas”, destaca D’Ávilla.
Paralelo a esse cenário, os contratos de mais curto prazo em Chicago encontram firmeza na ausência de produto no mercado físico norte-americano. Apesar do quadro, o analista sinaliza que a única origem com produto disponível e embarque rápido é os EUA, uma vez que os produtores argentinos seguram as vendas e os embarques do grão pelos portos brasileiros ainda segue em ritmo lento. Por outro lado, o mercado norte-americano continua pressionado pelos países compradores, especialmente, a China que está tentando originar soja.
“Por isso, é normal ter os preços da primeira tela ficar forte, e tem que corrigir o mercado físico e subir. É isso que acontece no momento. Vamos ver o contrato de julho se fortalecer ainda mais, em relação aos outros vencimentos, os contratos de julho para a soja e o farelo de soja. Os prêmios no mercado físico dos EUA também permanecem mais altos, cerca de US$ 1,20”, explica o analista.
O analista ainda afirma que a grande incerteza do mercado será entre os meses julho e agosto, pois não haverá mais soja disponível nos EUA. “Estamos preocupados, e devido a essa situação, a demanda é forte e os preços do farelo de soja são fortes, assim como, a cotação do grão no mercado interno norte-americano”, acredita D’Ávilla.
Já em relação ao tornado que atingiu a região de Oklahoma no meio-oeste dos EUA nesta terça-feira, o analista sinaliza que o mercado ainda não precifica a situação.