DA REDAÇÃO: Preços internos tem tendência positiva, mesmo com quedas em Chicago

Publicado em 30/07/2013 19:02 e atualizado em 30/07/2013 19:49
Soja: Embora as cotações despenquem em Chicago, tendência para os preços internos brasileiros é muito positivo. Esmagadoras devem manter processamento interno aquecido, enquanto os estoques não serão suficientes para atender a demanda até a entrada da nova safra em meados de fevereiro.

Em mais um pregão de fortes quedas, a soja amargou perdas entre 17 e 23 ponto na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (30). As boas condições climáticas nos Estados Unidos foram o principal fator de pressão para os preços. Segundo analistas, o mercado já é totalmente climático nesse momento e sente o impacto negativo das boas expectativas para a nova safra norte-americana. 

No entanto, para o mercado brasileiro, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, afirma que a tendência para os preços safra velha é muito positiva. Segundo ele, o quadro de oferta e demanda é crescente e se assemelha ao que aconteceu no mercado interno norte-americano, quando a oferta estava insuficiente para atender o consumo das esmagadoras do país.

Visto que o Brasil colheu uma safra de pouco mais de 81 milhões de toneladas, supriu boa parte da escassez mundial de soja e a atendeu o consumo interno, soma em seus estoques de passagem cerca de 10 milhões de toneladas de oleaginosa ainda, volume considerado insuficiente para atender a crescente demanda das indústrias processadoras do Brasil até a entrada da nova safra 2013/14 no mercado, em meados de fevereiro.

Brandalizze calcula que as esmagadoras brasileiras precisam de 2,5 milhões de toneladas por mês para atender o processamento da soja e já em dezembro, os estoques nacionais estarão praticamente nulos. É possível que o Brasil precise inclusive importar soja dos Estados Unidos, mas somente depois de novembro, quando o produto enfim chega ao mercado mundial. 

Esse cenário irá, portanto, favorecer muito os preços internos do grão, além de impulsionar os valores para o milho. O cereal enxerga um mercado muito pressionado neste segundo semestre diante da super produção da safrinha mas, com a realização de leilões para escoamento do governo e uma demanda muito aquecida para a produção de ração animal, as cotações também devem ser elevadas e suficientes para cobrir os custos da produção.

Assim, o consultor aconselha o produtor brasileiro a comercializar o que acumulado da safra velha compassadamente, fazendo médias para garantir lucros com os preços internacionais e, já que está capitalizado, aguardar novidades do mercado.

 

Por: João Batista Olivi e Juliana Ibanhes
Fonte: Notícias Agrícolas

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