DA REDAÇÃO: Feijão - Disputa entre compradores e vendedores deve deixar mercado volátil nas próximas semanas

Publicado em 13/08/2013 18:24 e atualizado em 13/08/2013 20:27
Feijão: produtores evitam vendas abaixo de R$150,00 em MG e GO e travam negócios. Compradores que adquiriram produtos abaixo desse valor não conseguiram formar grandes estoques. Disputa entre compradores e vendedores deve deixar mercado sem direção definida nas próximas semanas.

Após o início da colheita da terceira safra de feijão, os preços foram pressionados e recuaram mais de 40%.

De acordo com Marcelo Lüders, da Correpar, houve um longo período de preços altos, que estimularam o plantio em Goiás (GO), Minas Gerais (MG) e Mato Grosso (MT), e nesse momento há uma colheita saindo também da Bahia (BA): “Quando as ofertas saíram os preços caíram e os compradores foram comprando até se retirarem do mercado quando os preços atingiram um limite de cerca de R$ 130,00/saca, que todos consideram um preço muito baixo, então o mercado subiu um pouco e nesse momento está a R$ 150,00/saca”.

Alguns produtores colhem em torno de 15 mil sacas, com isso, mesmo que eles estejam capitalizados, preferem vender um pouco do feijão que está no campo e acabam aceitando preços mais baixos para fazer caixa e, em seguida, travam as vendas até que o produto alcance os R$ 150,00 novamente. A soma do fato dos produtores não venderem mais junto aos compradores dizendo que os preços não cairiam mais e fazendo as suas compras, faz o mercado voltar a preços razoáveis.

Boa parte dos empacotadores estão com estoques baixos e na primeira queda dos preços fizeram algumas compras, mas não todo o necessário. Segundo Lüders, agora eles esperam notícias para negociar com os produtores e forçar o mercado para baixo, como a seca de 10 dias na região de Euclides da Cunha (BA), quando a colheita irá avançar: “Se o empacotador conseguir fazer o produtor ceder com preços abaixo de R$ 150,00 ele volta a comprar”.

Lüders afirma que o mercado durante o mês de agosto irá oscilar bastante. Porém, os estoques dos compradores estão curtos e é preciso que o produtor saiba negociar com preços médios para vender. No médio e longo prazo os preços não devem voltar a R$ 200,00/saca, mas a tendência é de alta devido ao quadro de oferta e demanda no país.

A área de plantio do ano passado foi a menor da história e mesmo que a área aumente no próximo ano não será suficiente para retomar a média de plantio de 4 anos atrás. Nos últimos 30 dias houve o aumento da procura por sementes, o que mostra que em 2014 a área de plantio de feijão deve aumentar, porém, cada vez mais, a tendência é de acúmulo de produção na segunda safra.

Feijão Preto: Após o volume de 120 mil toneladas de mercadoria da China que entrou no Brasil até o mês de julho, as importações atingiram um recorde no primeiro semestre, já no segundo semestre o volume deve ser menor. Durante esse momento que foi o pico da oferta importada a um preço mais baixo da China o mercado se manteve no a R$ 160,00/saca no Porto de Paranaguá. O produto chinês projeta um custo de R$ 170,00/saca em setembro e outubro para concorrer com o feijão brasileiro. No entanto, em setembro os 10% voltam ao custo do imposto e a tendência é de alta para os preços.

Por: Aleksander Horta e Paula Rocha
Fonte: Notícias Agrícolas

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