DA REDAÇÃO: Justiça de SP proíbe queimadas de cana aumentando os custos de produção para o setor
Uma decisão da justiça do estado de São Paulo proibiu as queimadas de cana-de-açúcar, o que é um problema para o setor porque aumenta os custos de produção.
Apenas para o frete o aumento nos custos será de 30% e no corte em torno de 7 a 8 reais, uma vez que na prática da queima da palha se consegue uma produção melhor para o cortador, já quando a palha é cortada crua o rendimento cai e o preço sobe. Com isso, unindo o aumento do frete e do corte, o custo de produção será de 10 a reais a mais para a cana colhida manualmente na palha. Sendo que realizar a colheita com máquinas é difícil para os pequenos produtores que possuem uma renda menor e também em áreas sinuosas ou com muitas pedras.
Com essa decisão da justiça mais de 1.500 produtores terão que colher manualmente o equivalente a cerca de 700 mil toneladas. “Nós estamos recorrendo, a segunda instância já foi e confirmou a decisão de SP, agora nós vamos tentar o Supremo Tribunal Federal (STF) porque o tempo para suspender as queimadas também é curto. Nós já havíamos assinado o protocolo agro ambiental para reduzir as queimadas até 2031, quando a Secretaria do Meio-ambiente juntamente com a Secretaria da Agricultura do estado nos procurou para mesurarmos um prazo de readaptação dos trabalhadores e também dos pequenos produtores, porém essa medida veio e cortou esse planejamento”, afirma Arnaldo Bortoletto, Presidente da Coplacana.
Os pequenos produtores precisam se adaptar a essa decisão financiando máquinas para colheita ou migrando para outras culturas. No entanto, é difícil realizar essa migração, uma vez que o plantio da cana-de-açúcar é o mais caro durante a produção porque após o plantio se aproveita a cana em até 5 cortes e o custo para tratar é menor que a implantação. Com isso, o pequeno produtor precisa, pelo menos, finalizar esses 5 cortes antes de migrar para outra cultura para não perder todo o seu investimento no plantio. Já para as usinas e os grandes produtores a situação não é tão complicada, uma vez que eles possuem áreas maiores mecanizáveis.
No próximo dia 30, um manifesto do setor em Sertãozinho (SP) contará com a presença de trabalhadores, produtores, grupo Unica, indústria de máquinas e também usinas para mostrar ao governo que todo o setor está sendo sacrificado. Bortoletto diz que essa é uma política de incentivo a gasolina, deixando de lado o etanol, uma energia renovável e ambientalmente mais correta do que a gasolina, mas o setor não vê vontade política do governo em fazer medidas para o etanol.