DA REDAÇÃO: EUA - Caso previsão de geadas se confirme, prejuízos podem chegar a 20% na soja

Publicado em 16/08/2013 13:50 e atualizado em 16/08/2013 16:28
Mercado: Durante essa semana, contrato novembro acumulou 9% de alta. Possibilidade de geadas nas lavouras norte-americanas e clima mais seco no país impulsionaram cotações futuras. Caso se confirme, prejuízos podem chegar a 20% na soja. Com geadas, mercado pode dar continuidade ao movimento altista devido ao risco de quebra, segundo analista.

Após as altas expressivas, o mercado internacional de grãos opera do lado negativo da tabela no pregão regular desta sexta-feira (16). Por volta das 15h45 (horário de Brasília), as principais posições da soja registravam perdas entre 5,00 e 9,25 pontos. O contrato setembro/13, mais negociado no momento, era cotado a US$ 12,83/bushel. No milho, os contratos exibiam entre 7,75 e 8,75 pontos de baixa. Já no trigo, as quedas eram de 6 pontos nos principais vencimentos. 

Durante essa semana, somente o contrato novembro/13 acumulou uma alta de 9%. A possibilidade de geadas no período de formação de grãos nas lavouras norte-americanas associado ao clima seco na parte Oeste do Corn Belt impulsionaram as cotações futuras. E caso a previsão se confirme, as perdas podem chegar a 20% na soja.

“Com certeza isso seria bombástico para o mercado. A redução na produtividade deixaria os estoques norte-americanos apertados ou até menores do que temos nessa temporada. Uma situação semelhante ao que aconteceu em 2009, quando vimos campos de soja embaixo de neve”, afirma o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo. 

O analista ainda explica que, na semana passada o mercado da soja estava sobrevendido e com o movimento altista está agora sobrecomprado. “Podemos até ver uma correção, mas se as geadas começarem a ter força o mercado pode ter uma continuidade de alta, em função do risco de quebra”, destaca. 

Mercado interno – A valorização do dólar frente ao real é um dos fatores que tem contribuído para a boa rentabilidade da soja este ano, conforme acredita Araújo. A alta da moeda norte-americana associada aos preços atuais praticados na Bolsa de Chicago tem garantido a renda do produtor.  “Para o próximo ano, a rentabilidade da soja está R$ 120,00 por hectare abaixo do valor obtido nesta safra. Então é um bom momento para o agricultor encarar a decisão de venda”, orienta. 

O mercado interno brasileiro está fortalecido e os prêmios nos Portos estão acima de US$ 1. Nesta sexta, a saca de 60 kg é negociada a R$ 73,60 no Porto de Rio Grande, mais um prêmio de US$ 1,60 sobre setembro. Em Paranaguá, o produto é comercializado a R$ 70,00 e o prêmio é de US$ 1,05 sobre setembro. 

“Temos o mercado interno brasileiro descolado de Chicago. Para a safra nova os prêmios estão negativos em torno de US$ 0,18. O mercado está invertido, por isso, essa diferença ente a soja, hoje, em Paranaguá em R$ 70,00 e para a safra nova, em abril, na casa de R$ 64,00”, diz Araújo.

Além disso, o analista sinaliza que o mercado internacional tem a expectativa de que com os custos de produção da soja mais baixos do que os do milho e com remuneração mais alta, a produção no Sul do Brasil pode apresentar uma redução de 20% na área plantada com o milho na safra verão. “E os produtores devem plantar a oleaginosa e com o aumento também na Argentina e os problemas logísticos brasileiros refletem em prêmios negativos”, ressalta. 

Milho e Trigo – Com a quebra na safra do Paraná devido às recentes geadas, os preços tendem a ficar sustentados no mercado interno brasileiro. A procura do produto pelos moinhos também ajuda a dar suporte às cotações. Já o milho, tende a se desvalorizar e caso não haja uma continuidade nos leilões de Pepro do Governo, os preços podem apresentar uma queda mais acentuada, segundo relata o analista. 

 

Por: João Batista Olivi/Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado