DA REDAÇÃO: Mercado aguarda divulgação do relatório do USDA e soja fecha com leves altas na CBOT

Publicado em 11/09/2013 10:51 e atualizado em 11/09/2013 15:41
Grãos: Mercado opera sem força nesta quarta-feira (12) em Chicago esperando pelo novo boletim de oferta e demanda do USDA. Expectativa geral, no caso da soja, é de que estimativas para estoques, produção e produtividade dos EUA sejam revisados para baixo por conta da falta de chuvas. Para o milho, por outro lado, mercado ainda espera uma safra recorde apesar de alguma perda com a seca.

Nesta quarta-feira (11), a soja fechou o pregão eletrônico da Bolsa de Chicago com leves altas, com o mercado se posicionando antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA na próxima quinta-feira (12).

De acordo com o analista de mercado, Vlamir Brandalizze, o mercado aguarda o relatório com a expectativa de que o USDA traga uma redução na estimativa da safra norte-americana para cerca de 86 milhões de toneladas e as cotações devem continuar trabalhando nos patamares de US$ 12,00/bushel a US$ 13,50/bushel. Além disso, nesses primeiros dias da semana, as notícias do mercado financeiro foram positivas para as commodities, como a China que deve continuar crescendo e comprando mais.

No mercado interno, o ritmo de comercialização da safra nova está lento, já que nos últimos 2 meses os produtores realizaram muitos fechamentos aproveitando as altas em Chicago, e agora houve uma retração das vendas porque os sojicultores já comercializaram bons níveis. Quanto à safra velha, o Brasil tem pouca soja para negociar e esse produto pode ser mais valorizado internamente do que no mercado internacional, com essa soja seguindo uma linha de estabilidade a leves altas devido a uma boa demanda por farelo e óleo.

Brandalizze afirma que o produtor brasileiro ainda tem cerca de 2 ou 3 semanas até a definição da safra norte-americana para realizar fechamentos futuros. Em função da expectativa de plantio no Brasil, Argentina e Paraguai, que devem crescer em área e produção, para o produtor que precisa fazer caixa talvez os melhores momentos de preços tenham sido no mês de agosto e devem ocorrer também neste mês, porém, em outubro, quando entrar a colheita dos EUA, mesmo com uma safra menor, deve ocorrer uma pressão nas cotações em Chicago, que coincidirá com o plantio na América do Sul. Com isso, se o clima for favorável para o plantio na América do Sul e com a colheita em andamento nos EUA, as cotações serão mais fracas em Chicago, com níveis de US$ 11,00/bushel a US$ 13,00/bushel daqui a 30 dias.

Milho: O mercado não espera grandes novidades no relatório do USDA para o milho, uma vez que a safra norte-americana do grão já está mais avançada do que a da soja e nos próximos dias começa a colheita no país. A projeção para a safra foi em torno de 349 milhões de toneladas no mês de agosto e, segundo Brandalizze, o Departamento de Agricultura dos EUA pode trazer alguma redução nesses números, mas que não será tão significativa. A expectativa do mercado é uma nova previsão em torno de 345 milhões e, para os mais pessimistas, cerca de 340 milhões de toneladas. Mesmo assim, ambos os números são recordes históricos, o que compensará a quebra na safra de 2012, com um menor impacto no mercado.

No mercado interno, com a boa produção de milho saindo da Europa e dos EUA, o espaço para a saída do excedente de produção brasileiro deve ocorrer entre janeiro e fevereiro, após o pico da oferta norte-americana e quando essas regiões enfrentam a neve, o que prejudica a logística para exportação e abre espaço para o milho do Brasil com prêmios mais favoráveis.

Por: Carla Mendes e Paula Rocha
Fonte: Notícias Agrícolas

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