DA REDUÇÃO: USDA diminui estimativa de produção para a soja e aumenta a de milho

Publicado em 12/09/2013 17:34 e atualizado em 13/09/2013 13:37
Grãos: diante de novos números para produção e estoque de soja nos EUA, mercado tem fôlego para novas altas. No entanto, para consultor, é pouco provável que as cotações voltem a atingir patamares recordes do ano passado.

Nesta quinta-feira (12), o USDA divulgou um novo relatório de oferta e demanda, no qual reduziu a sua estimativa para a produção de soja dos EUA de 88,5 milhões de toneladas para 85,7 milhões de toneladas e diminuiu os estoques finais de quase 6 milhões de toneladas para pouco mais de 4 milhões de toneladas. Por outro lado, o Departamento de Agricultura dos EUA aumentou os números para a produção e o estoque final de milho, surpreendendo as expectativas do mercado.

Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, afirma que a produção da safra de soja norte-americana já está se aproximando dos números de 2012, quando foram colhidas 82 milhões de toneladas devido à seca: “A avaliação mais alta do USDA foi em julho, com 93,1 milhões de toneladas, essa estimativa já caiu 7,5 milhões de toneladas e faltam apenas cerca de 3 milhões de toneladas para a produção alcançar o número do ano passado, sendo que ainda há tempo para acontecer problemas no campo no Meio-Oeste dos EUA e o clima não anda adequado, apesar de algumas chuvas. O fato é que já existem perdas acentuadas na safra e ainda podem acontecer mais perdas até o final deste mês, quando a safra estará praticamente definida e a colheita em bom andamento”.

Com isso, até o final de setembro podem ocorrer novas altas na Bolsa de Chicago. Nesse momento, o mercado já especula qual será o número para racionamento de consumo no país, uma vez que muitas pessoas ainda não acreditam que os números atuais racionam o consumo para se acomodar a nova estrutura de oferta e demanda. O USDA também não mudou muito os dados de esmagamento e exportações nos EUA, mas cortou quase 2 milhões de toneladas no estoque final, com isso, nos patamares atuais dos preços, dificilmente os consumidores estarão dispostos a abrir mão do consumo e a demanda deve continuar firme.

Motter diz que ainda há espaço para os preços subirem um pouco, porém o produtor não deve esperar pelos patamares recordes do ano passado: “Os preços estão bons nesse momento e a tendência é que se firmem mais um pouco na soja, uma vez que tudo está colocado para que haja um racionamento dentro dos EUA, ou seja, o país irá esmagar e exportar um pouco menos e esse espaço pode ser ocupado pelo Brasil e pela Argentina se a safra correr bem”.

Milho: O grão deve ter uma safra recorde este e a situação é mais confortável, mas os preços tendem a cair, com os EUA ocupando o espaço que o Brasil ocupou em 2012, quando houve uma quebra na safra norte-americana. No mercado interno, é necessário enxugar a oferta e o Brasil depende de bons preços internacionais para a exportação. Segundo Motter, o país deveria exportar 25 milhões toneladas para isso e com o apoio do governo de 10 a 12 milhões toneladas mais algumas outras exportações, esse número deve chegar a cerca de 19 milhões de toneladas. Com isso, a tendência dos preços no Brasil é mais acomodada, a não ser que o governo ofereça mais algum volume de apoio na comercialização.

Por: Aleksander Horta e Paula Rocha
Fonte: Notícias Agrícolas

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