ENTREVISTA: Antropólogo destaca gravidade da questão indígena e critica demarcações da Funai

Publicado em 21/03/2014 14:25 e atualizado em 21/03/2014 16:05
Questão Indígena: Antropológo não concorda com a forma de trabalho dos antropólogos da Funai e afirma que o Brasil não se deu conta da gravidade da legislação indígena no país. Laudos de demarcações de terras indígenas são questionáveis

Em entrevista para a segunda edição do Mercado & Cia., do Canal Rural, o antropólogo Edward Luz apontou que o Brasil ainda não se deu conta da gravidade que é a legislação indígena no Brasil.

O antropólogo discorda das visões dos antropólogos da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e não acredita em "ocupação memorial" e nem em "marco temporal". Para ele, assumir os laudos das demarcações recentes seria assumir que "o estado brasileiro é ilegal". "Basta um índio ou uma pessoa que se diz indígena requisitar o território como tradicional que os antropólogos carimbam e dão legitimidade a isso", afirma. "Hoje em dia, até Copacabana, Ipanema ou até o Congresso Nacional podem virar terras indígenas. Basta que o antropólogo carimbe".

De acordo com Luz, o caso de Raposa Serra do Sol mostra que os laudos escusos podem enganar até o Supremo Tribunal Federal. Ele lembra que há mais de 20 erros graves apresentados no laudo da antropóloga responsável. As mesmas condições se mostram presentes em territórios como a gleba Suiá-Missu.

"Um ponto que a antropologia não diz é que os índios também são colonos. Não existem direitos originários porque eles não foram os primeiros a chegar no Brasil", defende o antropólogo.

Por: João Batista Olivi // Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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