DA REDAÇÃO: Climatologista discorda de relatório da ONU sobre o clima
No último domingo, 30 de março, a ONU divulgou o volume dois do quinto Relatório de Avaliação que traz informações sobre clima. O relatório realizado por pesquisadores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC - traz previsões para 2100. Essa parte do documento traz detalhes sobre doenças e produção agrícola e aponta um possível aumento da temperatura, prejudicando áreas de cultivo de grãos. Não é o que acredita o climatologista, Luiz Carlos Molion, que enfatiza que os dados sao baseados em um modelo hipotético e que não representam de forma adequada os processos críticos do clima.
Para Molion, o produtor rural não deve levar em consideração esses resultados, já que são baseados em modelos que não reproduzem a situação atual. O climatologista diz que desde 1999 o clima está passando por um processo próximo ao que aconteceu entre os anos de 1946 e 1976, em que o Oceano Pacífico passou por um resfriamento. Por ocupar 35% da superfície terrestre, a temperatura desse oceano é um fator influente no clima.
Se comparado com o período anterior em que esse resfriamento aconteceu, é provável que a ocorrência de chuvas diminua, inclusive durante o verão, e passem a ter uma frequência de geadas de inverno maior. Por outro lado, com temperaturas mais baixas em regiões altas, como no estado de Minas Gerais, o cultivo do café será favorecido. "É preciso tomar cuidado, na pecuária também, porque os invernos serão mais rigorosos se esse clima se repetir parecido com 1946 a 1976", explica o climatologista.
Em relação as previsões de El Niño para o segundo semestre do ano, Molion acredita que não irá se concretizar, comparando com o período anterior de resfriamento do Oceano Pacífico.