DA REDAÇÃO: Aumento do percentual de biodiesel no diesel para 6% é analisado por diretor da BSBIOS
O Ministério de Minas e Energia anunciou um aumento de 5% a 6% da adição do biodiesel no diesel a partir de julho. Em novembro, a adição deve chegar a 7%. O intuito é diminuir as importações de petróleo no Brasil e apoiar os produtores familiares de soja, que devem receber R$ 1 a mais por cada saca vendida para a produção de biodiesel.
De acordo com Erasmo Battistella, diretor da empresa de energia BSBIOS, o uso de energia renovável é outro fator importante da medida. “Vamos importar menos diesel e processar mais soja aqui... Da soja, só utilizamos menos de 20% para biodiesel, os outros 80% é farelo, utilizado para tratar as cadeias de produção de carne, leite e derivados. Todas essas medidas foram levadas em conta para o governo tomar esta decisão”.
Apesar do intuito positivo da medida, a sua viabilidade também é questionada, já que o alto custo da soja – atualmente a saca é cotada a R$ 72,00, no porto - teria contribuído para tornar a atividade inviável para algumas usinas de biodiesel. De 67 indústrias de esmagamento de soja para biodiesel, 29 já teriam fechado.
Batistella defende que algumas usinas foram à falência devido à concorrência no setor, já que a previsão era de uma mistura muito maior de biodiesel no diesel até 2013, o que não se concretizou, mas incentivou vários empresários a abrirem indústrias no ramo. “A indústria de esmagamento no Brasil não é competitiva com a indústria fora do Brasil... Por isso, a cada ano que passa o Brasil bate recordes para exportar grãos em natura e diminui o esmagamento de soja no país, esta medida contribui também para reverter este quadro”.
Ele afirma ainda que a demanda maior, tanto no país quanto no exterior, é pelo farelo de soja, fazendo com que o óleo tenha um valor mais baixo. “Se nós não tivéssemos biodiesel no mundo, que consome 30 bilhões de toneladas de óleo de soja, não teríamos o que fazer com este óleo, que é um contaminante e é um problema sério”.