DA REDAÇÃO: Chuvas registradas no Sul de Minas ainda são insuficientes para recuperar déficit hídrico do solo

Publicado em 02/06/2014 13:57 e atualizado em 02/06/2014 14:38
Café: Chuvas que atingiram o sul de Minas Gerais atrapalharam a colheita, que no momento atinge 20%. Devido a seca do início do ano, as colheitas tiveram de ser antecipadas e estão sem rendimento. Em relação ao solo, ainda é difícil dizer se os poucos volumes de chuvas beneficiaram para o próximo plantio.

As chuvas que atingiram a região do Sul de Minas Gerais neste final de semana podem ter influenciado mais um movimento de recuo nos preços do café arábica na Bolsa de Nova Iorque. Apesar do efeito psicológico no mercado, as chuvas tiveram pouco efeito positivo nos cafezais. 

O pesquisador da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) Gladson Carvalho afirma que embora o mercado internacional veja as precipitações como um fator positivo, elas apenas prejudicam as colheitas. “O grande prejuízo está sendo nas colheitas, pois várias propriedades estão com os terreiros cheios de café”.

Gladston explica que ainda não é possível afirmar que as chuvas poderão beneficiar a próxima safra. “Com relação ao benefício da chuva para a safra seguinte ainda é difícil falar, pois o volume foi pequeno em relação ao déficit hídrico do nosso solo e a situação das lavouras”. 

As colheitas já estão adiantadas para a época do ano e chegam a 20% da safra na região de São Gonçalo de Sapucaí-MG. “No mês de maio já tínhamos a maioria das lavouras em condição máxima de colheita, com máquinas trabalhando... Como já era esperado, a seca que afetou principalmente o Sul e Minas no período de dezembro, janeiro e fevereiro prejudicou o desenvolvimento dos grãos”. O pesquisador conta ainda que no ano passado eram necessários em média 500 litros para encher uma saca (de 60 kg), mas este ano estão precisando de 600 a 630 litros.

A quebra de safra estimada para a região é de 20%. “Nós temos uma quebra mais acentuada na região de Três Pontas-MG, foi a região mais afetada, e é uma das principais regiões produtoras de café do Sul de Minas”. 

Gladson explica que o excesso de chuvas pode provocar prejuízos na qualidade do café, por outro lado, a florada poderá ser beneficiada. “Isso, desde que nós tenhamos a manutenção da baixa temperatura. Se continuar a frequência de chuvas que está acontecendo uma ou duas vezes por mês, mas a temperatura aumentar, então nós podemos ter uma antecipação da florada e a chuva vai ser prejudicial... Muitos agricultores ainda estarão fazendo a colheita da planta e simultaneamente o cafeeiro começa a despertar para o florescimento”. 

Fonte: Notícias Agrícolas

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