DA REDAÇÃO: “Voto feijão”: Conab paga preço bem abaixo do valor mínimo

Publicado em 11/06/2014 13:14 e atualizado em 11/06/2014 16:29
Feijão: Conab irá pagar para os feijões empacotados destinados a cestas básicas o valor de R$ 59,49 por saca. Com os gastos com o empacotamento e transporte, o produtor deve obter ganho de apenas R$ 30,00. Também há o anúncio pela Conab de compras dos estoques pelo valor dos preços mínimos, mas produtores ainda estão apreensivos pela falta de informações.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) chegou a pagar ao produtor de feijão, em leilão realizado na manhã desta quarta-feira (11), o valor de R$ 59,40. O preço está bem abaixo do preço mínimo fixado para a saca empacotada e transportada, que é de R$ 95. O produto deve ser destinado às cestas básicas distribuídas à população pelo governo federal em todo o Brasil.

A informação foi relatada pelo analista de mercado da Correpar, Marcelo Lüders. Segundo ele, a prática de preços abaixo do estipulado força o produtor a entregar um produto de baixa qualidade, que futuramente será distribuído para consumo da população. “O que eles esperam? Que o produtor dê o feijão comercial, que não tem a garantia de um preço mínimo, como ração. Isso é um escândalo!”, disse Lüders, calculando que o produtor ficará R$ 30 pela saca.

Para o analista, a medida tem finalidade eleitoreira em prática que pode ser classificada como “voto feijão” e o principal prejudicado com a medida é o produtor agrícola. Apesar de o órgão afirmar que o preço mínimo será pago, Lüders disse que ao entrar em contato com a Suregs (Superintendências Regionais) não existe a confirmação de que o valor mínimo será realmente respeitado.

Na última semana, os produtores de feijão do Paraná já passaram por dificuldades na entrega do produto. Ao chegar aos armazéns com o feijão na umidade correta de 14%, representantes da companhia teriam rejeitado o grão, exigindo que ele estivesse com 13% de umidade. “Quem pagará essa conta são todos os brasileiros, porque o feijão vai voltar a subir. No próximo ano, os preços estarão estupidamente caros por total inabilidade e desleixo da Conab”, alertou o paranaense.

Apesar dos grandes estoques do feijão comercial forçarem um prejuízo aos produtores com tal política, o preço do feijão preto parou de cair no mercado e o feijão extra atingiu valor superior a R$ 100.

Por: João Batista Olivi // Fernando Pratti
Fonte: Notícias Agrícolas

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