DA REDAÇÃO: Citricultores iniciam negociações com indústrias a valores abaixo do custo de produção

Publicado em 27/06/2014 14:40 e atualizado em 01/07/2014 13:29
Laranja: Apenas os produtores que conseguiram fechar contratos estão realizando a colheita na região de Ibitinga (SP). Preços são negociados abaixo dos custos de produção e há uma disparidade entre o valor vendido no varejo. Prejuízos são grandes aos produtores que não conseguem vender a produção.

Depois de alguns meses sem movimentações por parte das indústrias esmagadoras de suco, as empresas Cutrale e Dreyfus deram início a negociações e animam a situação dos citricultores da região de Ibitinga (SP). As empresas estão oferecendo R$ 8,00 por caixa de 40 kg de laranja tipo Hamlin, junto com a participação, e R$ 10 para a caixa de laranja do tipo Pera, valores bem abaixo dos custos de produção. 

O presidente do sindicado rural de Ibitinga e Tabatinga, Frauzo Ruiz Sanches, explica que os custos estão sendo calculados por volta de R$ 13 a R$ 16 por caixa, sendo R$ 2,50 só com os custos de colheita. Cada caixa de laranja rende em média 280 a 300 frutas, enquanto para realizar um copo de suco é usado cerca de quatro laranjas, um grande rendimento para a indústria. 

Sanches explica que há uma disparidade grande entre o valor pago aos produtores e o preço do suco vendido no varejo. Desde a onda de tornados e furacões que atingiu os Estados Unidos em 2006, o preço médio do suco concentrado rompeu a barreira dos U$ 1.000 por tonelada e atualmente poderá chegar a U$ 2.300 a tonelada, um recorde. Antes deste período, os valores não chegavam a U$ 700 cada tonelada e mesmo com o aumento dos preços, os ganhos não são revertidos aos produtores

O presidente também explica que o consumo de suco no mundo está estagnado e a indústria esmagadora aumentou a produção própria de laranjas. Antes era comum que produzissem em média de 12 a 13 mil caixas e agora chegam a 130 mil caixas. Com esse aumento de produção, muitos citricultores deixaram de produzir, sendo que nos últimos dois anos foram mais de quatro mil propriedades. 

Por: João Batista Olivi // Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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