DA REDAÇÃO: Isenção da TEC para exportações do trigo é equivocada, diz economista

Publicado em 09/07/2014 13:20 e atualizado em 09/07/2014 17:13
Trigo: Governo Federal isentou, sem necessidade, a TEC nas importações de fora do Mercosul com a justificativa de controle da inflação. Mas estudos realizados pela Farsul demonstram que o trigo influencia em apenas 14% nos preços, enquanto o pão teve aumento de 11% nos valores comercializados. Há um grande excedente de trigo da safra passada nos estoques brasileiros.

Com mais de 600 mil toneladas excendente da última safra para ser comercializada, o Governo Federal isentou Tarifa Externa Comum (TEC) como forma de incentivar as exportações de trigo. As comercializações já estão acontecendo a valores bem abaixo dos preços mínimos em que o governo deverá intervir para garantir a remuneração dos produtores. 

O economista da Farsul, Antônio da Luz, explica que em novembro do ano passado também houve a isenção para a entrada de 3,3 milhões de toneladas de trigo, no momento em que o estado colhia a maior safra, também de 3,3 milhões. A justificativa para a medida é o controle da inflação, porém estudos realizados pela Farsul demonstram que o trigo tem influência em apenas 14% do valor do pão. 

Os impactos da medida resultaram em queda de 14% no preço pago aos produtores, aumento de 2% na farinha e de 11% no preço do pão. Além dos 10% que o país deixará de arrecadar, R$ 137 milhões no total, também terá de gastar mais R$ 300 milhões com mecanismos de comercialização. Para o economista, a medida é infundada e não têm influência alguma sob a inflação. 

Desde o ano passado houve uma queda nos preços, em que estava sendo comercializado a R$ 900 reais por tonelada e que agora atinge R$ 530 reais por tonelada, uma queda 25%. O cenário se deve a aproximação de uma grande safra, em que as projeções estão em 794 milhões de toneladas. Para Antônio da Luz, não há razão para que haja a redução da taxa, quando os preços já estavam mais atrativos, além de a medida prejudicar a politica do governo para o combate de produtos subsidiados. 

Por: João Batista Olivi // Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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